A Batalha
Olhei
para o relógio na parede e respirei aliviada, quase fim do dia. Minha vontade era
de levantar da cadeira e fazer a dancinha da vitória. Hoje é sexta feira, final
de semana chegando vou poder descansar, minha ideia de relaxamento é me
empanturrar de comida, assistir meia dúzia de filmes melosos na TV a cabo e por
em prática o meu plano nada decente com meu ex-chefe. Sorri mediante as
lembranças de ontem à noite, transamos loucamente depois de três dias sem nos
ver (e quando digo “sem nos ver” quero dizer sem sexo, porque apesar de não ser
mais sua secretária ainda trabalhamos na mesma empresa e nos vemos todos os
dias).
Minha
vida mudou bastante nos últimos três meses, no campo profissional passei a ser
secretária do Dr. Tomas, um senhor beirando os sessenta anos, acionista da
empresa e um chefe maravilhoso. No campo sexual virei amante do Alexandre
McConaughey, acho que é isso que somos afinal transamos com frequência de
quatro a cinco vezes por semana e às vezes ele dorme na minha casa. Falar da minha
relação com ele é complicada, tem uma parte de mim que o odeia, mas tem outra
bem maior e mais forte que não consegue se afastar dele e que o deseja cada vez
mais.
O
tempo que passamos juntos é sempre regado a sexo da melhor qualidade, ele é um
especialista em fodas. Às vezes conversamos também sobre a empresa, eu gosto
quando ele me fala dos seus problemas e das suas ideias, sempre debatemos tudo
e ele escuta minha opinião me fitando com aqueles olhos matadores. Nunca
falamos sobre vida pessoal, parece ironia eu sei, dividimos nossos corpos, mas
não sentimentos. Alexandre é fechado e não me dá espaços para conhecê-lo além
da cama e dos negócios, acho que é o jeito dele de me avisar que nunca
passaremos desse nível, na verdade ele já deixou isso bem claro enquanto tirava
a minha roupa na terceira vez em que ficamos juntos.
- Eu abominei três coisas na minha
vida Fernanda. – falou rouco de encontro ao meu ouvido, depois olhou em meus
olhos como se para ter certeza de que eu entenderia. – Relacionamentos sérios.
Casamento. Filhos. Não comece a ter pensamentos cor-de-rosa, eu gosto de te
foder e você gosta de sentir meu pau dentro de você e é só.
- Não se preocupe homens como você uso
para me diverti, para casar procuro alguém com as dez qualidades essenciais. –
retruquei com um sorriso frio o jogando na cama.
Só
porque ele me fazia gemer como uma gata no cio não queria dizer que eu o queria
no altar, ele é tão prepotente! Claro que quero casar e ter filhos, mas nunca
seria com um homem como ele, quer dizer ele daria um ótimo marido se tivesse as
qualidades essenciais, ta bom admito que ele tem umas seis das dez, mas isso
não vem ao caso.
- Quais são as suas dez qualidades
essenciais? – perguntou petulante abrindo o meu sutiã e sugando meus seios.
- Um homem tem que ser gentil,
batalhador, firme, gostoso, integro, charmoso, engraçado, equilibrado, companheiro
e amoroso. – respondi ofegante.
- Talvez você encontre alguém assim no
País das Maravilhas, a Alice pode te ajudar a achar... – provocou com um
sorriso cínico.
O
telefone em cima da minha mesa tocou e eu dei um sobressalto, voltei à
realidade e o atendi, era o Dr, Tomas me chamando para uma conversa em sua
sala. Levantei-me e passei as mãos pelo meu vestido, ele era azul e justo,
tinha uma pequena abertura na perna esquerda o que facilitava a locomoção. Não havia
decote, mas nas costas tinha uma fenda em U dando um toque sofisticado. Meu
cabelo estava preso em um coque e para completar o traje eu calçava scarpin pretos
-
Pois não Dr. Tomas? – perguntei com um sorriso no rosto assim que entrei na sua
sala.
-
Sente-se Fernanda. – indicou uma cadeira.
Eu
me sentei de frente para ele, Dr. Tomas tinha um ar profissional, ele me fitou
e ajeitou melhor os seus óculos de grau no rosto fino.
-
Alexandre veio falar comigo. – começou deixando meu corpo em alerta, tentei
ficar natural para não denunciar o meu nervosismo. – Ele está formando uma equipe
para o congresso semana que vem em Veneza, você sabe disso não sabe?
-
Sim senhor. – assenti.
Essa
noticia estava rodando a radio bastidor da empresa há um mês, era um congresso
importante e os escolhidos iriam para Veneza por uma semana com tudo pago pela
empresa. Todo mundo queria ir, afinal era Veneza, a cidade mais romântica do
mundo.
-
Você foi uma das escolhidas para compor a equipe. – revelou me encarando com um
sorriso orgulhoso.
-
Eu?! Mas por quê? Nem sou mais secretaria dele?!
-
Você é competente Fernanda. Ate hoje eu não entendi como ele abriu mão de você.
Alexandre quer os mais competentes com ele e entre as secretarias você é a
melhor, ele veio conversar comigo e eu a liberei. É uma oportunidade única,
será uma experiência significativa para a sua carreira. Posso me virar aqui sem
você por uma semana, o Alexandre precisará mais de você lá do que eu aqui.
Estava
chocada, sei bem em que ele iria precisar de mim em Veneza. Não era justo ele
se intrometer assim no meu trabalho e vim falar com o meu chefe só porque não
iria conseguir manter o pau dentro da calça por uma semana.
- Dr.
Tomas eu preferiria não ir. – disparei.
-
De maneira alguma Fernanda. Você irá sim, é uma oportunidade de ouro! Por que
você não iria?
Eu
não poderia dizer a verdade, na empresa ninguém sabia que tínhamos um caso.
Realmente eu não tinha o que dizer para o Dr. Tomas, então o jeito foi colocar
o sorriso da Monalisa no rosto e fingir felicidade.
-
O senhor tem razão, não posso deixar uma oportunidade dessas passar, acho que
foi a emoção da notícia, estou até agora sem acreditar.
-
Bom por hoje é só, você está dispensada. E parabéns!
Saí
da sala no automático, meu corpo inteiro fervia de raiva. Alexandre tinha
passado dos limites, como ele podia tirar a vaga de alguém que realmente
merecia ir para me colocar no lugar só porque ele queria foder em Veneza?!
Fui
até o andar do Alexandre, mas a secretaria me informou que ele havia acabado de
descer para o saguão. Nós não iríamos nos ver hoje, ele havia marcado um jantar
de negócios, corri até o elevador e desci para o primeiro andar. Ele teria que
me escutar e esquecer aquela ideia absurda de me levar para Veneza.
Não que eu não queira ir. Poxa é
Veneza!
Se
fosse uma circunstancia normal eu estaria me contorcendo de alegria, mas não
era uma circunstancia normal, ele estava me levando com um interesse oculto por
aquele papinho de competência profissional.
Cheguei
ao saguão e o procurei com os olhos, estava lotado de pessoas indo e vindo.
Funcionários, investidores, acionistas parece que todo mundo resolveu parar
justamente ali para conversar. Circulei no meio da multidão e cumprimentei
alguns colegas de trabalho com um aceno de cabeça e nada do Alexandre, foi
então que o vi ao lado de dois executivos da empresa e de uma morena sorridente
que o tocava no braço com frequência.
Ignorei
o fogo do ciúme me consumindo por dentro e me aproximei, como se tivesse
sentido a minha presença ele olhou para o lado e nossos olhos se encontraram, Alexandre
analisou cada curva do meu corpo com um olhar ardente, mas fingi indiferença
ainda estava puta com aquela história da viagem.
-
Sr. Alexandre gostaria de trocar algumas palavras com o senhor. – falei me
aproximando e cumprimentando as pessoas que o cercavam com um sorriso.
A
morena ao lado dele me olhou de cima a baixo, encarei-a também.
- Pode
falar. – respondeu sério.
Era
obvio que sabia que eu queria falar em particular, mas ele adorava complicar as
coisas.
-
Poderíamos falar em particular? – perguntei.
A
morena ao lado dele me olhou e ergueu uma de suas sobrancelhas.
-
Fernanda...
-
Querido e o nosso jantar? – interrompeu à morena tocando-o no braço insinuante.
Que porra era aquela? Então era aquele
o jantar de negócios?!
Ele
a olhou e deu um de seus sorrisos, o bichinho do ciúme praticamente quis sair
do meu corpo e avançar naquelazinha.
-
Eu não vou demorar Mel. – disse de uma forma tão doce que um diabético
enfartaria.
Ele me levou para um local do saguão mais
reservado, a raiva já tinha tomado o limite máximo. Odeio quando mentem pra mim
ou quando omitem alguma coisa e ele fez as duas. Primeiro não me contou nada
sobre Veneza e depois disse que ia ter um jantar de negócios quando na verdade
era um encontro com a morena adocicada.
-
E então Fernanda? – perguntou impaciente afrouxando o nó da gravata.
-
É aquele o jantar de negócios? – perguntei a queima-roupa.
Seu
semblante se fechou e ele olhou para os lados visivelmente incomodado com minha
explosão.
-
Foi para isso que você me chamou aqui? – irritou-se. – Para fazer uma cena?
-
Não. Eu te chamei aqui para dizer que você procure outra pessoa porque eu não
vou para Veneza. – gruni.
-
Posso saber por quê?
-
Você sabe muito bem!
-
Não Fernanda, eu não sei. – retrucou. – Olha amanhã conversamos, eu vou até o
seu apartamento e você fala o que tem para dizer. Eu tenho um jantar de
negócios.
-
Claro. – respondi irônica. – E vai ser na cama de quem? Na sua ou na dela?
Alexandre
me fulminou com o olhar e eu não desviei, travamos uma batalha silenciosa por
alguns segundos.
-
É um jantar de negócios em um restaurante onde vamos tratar do futuro da minha
empresa, Mel quer ser uma investidora. Eu nem sei por que ainda fico aqui dando
explicações para você. Eu não lhe devo satisfações! – falou ameaçador.
Meu
rosto queimou e corei de vergonha, eu não acredito que não me segurei e estava
ali bancando a namorada ciumenta tão explicitamente para aquele babaca. A gente
não tinha nada!
-
Você tem razão, não me deve satisfações de quem entra e sai da sua cama. –
sorri friamente ignorando o seu olhar furioso. – Espero que você tenha um ótimo
jantar de negócios.
Saí
e dei as costas para ele, fiz de propósito porque sabia que odiava ser deixado
falando sozinho. Senti que ele me seguia e acelerei os meus passos, foi quando
bati de frente com um corpo sólido, mãos grandes me envolveram não permitindo
que eu caísse. Assim que me recuperei, olhei para cima e sorri, era o Marcos.
-
Nanda! Você podia fazer isso mais vezes! – falou eufórico me soltando.
-
O que? – perguntei confusa.
-
Se esbarrar em mim! – respondeu piscando um olho.
Eu
corei e sorri sem graça. Marcos trabalhava na área executiva da empresa, era
alegre, divertido, vivia me cantando e me chamando para sair. Ele era negro, alto,
dono de um corpo atlético e de um sorriso lindo.
-
Nanda o pessoal vai sair para beber um pouco em um barzinho no centro. Você não
quer ir? Depois te levo em casa!
Olhei
para trás e me surpreendi quando vi que o Alexandre permanecia no mesmo lugar,
é claro que ele havia visto o esbarrão, a cantada e o convite. Tinha visto e
pela cara não havia gostado nada. O encarei desafiadora decidida a dar o troco
afinal ali ninguém tinha que dar satisfações para ninguém mesmo. Dei o meu
melhor sorriso e voltei a encarar o Marcos.
-
Mas é claro que eu aceito! Eu vou adorar cair na night! – respondi eufórica.
Marcos
me presenteou com um sorriso e ofereceu o braço que aceitei de pronto, dei mais
uma olhada para trás e encarei o Alexandre que cerrava o maxilar, minha vontade
era dar uma banana pra ele, mas não achei muito seguro visto que parecia
prestes a entrar em erupção. Marcos começou a conversar me levando para o
estacionamento e eu procurei prestar atenção ao que ele dizia.
Alexandre que se lambuzasse com a Mel!
Eu não estava nem aí...
Quero
dizer eu estava, mas só um pouquinho, coisa mínima.
Como
dizem por aí eu enfiei o pé na jaca.
Eu,
Marcos e mais alguns funcionários da empresa fomos a um barzinho aconchegante e
muito convidativo com pista de dança. Não parei de pensar um minuto sequer no
que o Alexandre poderia estar fazendo com a tal da Mel ou os tipos de
investimentos que ela estaria propondo a ele. Eu não queria pensar mais nisso,
tive raiva de mim por estar com ciúmes daquele idiota e foi aí que eu me dei
mal.
Bebi
demais e soltei a franga!
Agora
andando pelo corredor da empresa parecendo um dos zumbis do seriado The Walking
Dead e com a cabeça explodindo devido aos vários tipos de bebidas que misturei
minha vontade era de me estrangular. Resumindo a minha noite: bebi demais,
dancei com uns dez homens dentre eles o Marcos que achou que eu estava dando
mole e ficou animadinho, então resolvi dançar sozinha, o DJ começou a tocar
umas musicas antigas do É o Tchan eu incorporei a Sheila Melo e fui do “Segure
o Tchan” até “Na Boquinha da Garrafa”. E como se não bastasse para fechar a
noite com chave de ouro o Marcos me levou em casa como o prometido e tentou me
beijar no carro, fiz tantos movimentos para me livrar da sua boca que acabei
ficando tonta e vomitei. Depois disso me lembro de quase chorar pedindo
desculpas, ele me dizendo sem graça que tudo bem e então abri a porta e corri
para dentro do meu prédio.
Catástrofe total!
Eu
ainda andava pelo corredor da empresa quando de repente a porta da sala de
copias abriu e fui puxada para dentro. Tentava me equilibrar em pé quando a
porta foi fechada e dois olhos lindos e furiosos me encararam.
-
Você parece que se divertiu bastante ontem a noite. – cuspiu.
-
Aposto que não mais que você. – retruquei irônica passando a mão por minha
blusa e descendo a minha saia.
Ele
se aproximou e me segurou pelo braço com tanta força que não contive um grito
de dor.
-
Não brinque comigo Fernanda. – ameaçou.
-
Não estou brincando. – desvencilhei-me com um gesto brusco. – Abre a merda da
porta agora!
-
Você transou com ele?
-
O que?
Eu não estava acreditando que ele tinha me
perguntado aquilo. Se ele não me devia satisfação eu também não tinha que
responder.
-
Eu te fiz uma pergunta e eu quero a resposta. – gruniu.
-
Pois eu não vou responder! – gritei. – Não lhe devo satisfações.
O
empurrei e passei por ele, mas antes que chegasse à porta ele voltou a me puxar
pelo braço e me jogou contra ela colando seu corpo no meu.
-
Eu não gosto de dividir Fernanda e gosto menos ainda quando tocam no que é meu.
– falou com raiva segurando o meu rosto e me obrigando a encará-lo. – Não me
obrigue a ir lá e perguntar a ele.
Seus
olhos tinham um brilho tão perigoso que eu não duvidei nem por um segundo que
ele faria aquilo, eu não queria colocar o Marcos em uma situação daquelas.
-
Nã... não aconteceu nada. – falei tremula.
Ele
soltou o ar que estava preso em seus pulmões e afrouxou mais seu aperto em mim.
-
Enquanto eu estiver frequentando sua cama quero exclusividade. Entendeu?
Eu
não podia acreditar em tamanha cara de pau, eu tinha que ser só dele, mas ele
poderia sair abrindo as calças pelo mundo a fora!
-
Não eu não entendi. – explodi. – Você diz que não me deve satisfações, mas as
cobra de mim, você saiu com outra ontem e fica irritado porque aceitei um
convite para ir a um bar!
-
Não saí com outra porra! – zangou-se. – Era somente um jantar de negócios, se
estou te cobrando exclusividade é porque você terá o mesmo.
-
Então você não anda transando com ninguém desde que a gente...
-
Não. – me cortou olhando fundo em meus olhos.
Meu
coração estava parecendo Copacabana em virada de ano, uma chuva de fogos de
artifícios explodiu dentro dele. Pra mim aquilo era quase um relacionamento
sério, só ele que não tinha se dado conta.
-
Bom já que você também vai seguir a ordem da exclusividade, por mim tudo bem. –
falei séria controlando a vontade de pular de alegria e gritar que aquele homem
maravilhoso era só meu (mesmo que temporariamente).
Alexandre
fitou minha boca e eu fiquei hipnotizada, passei a língua em meus lábios e ele acompanhou
o movimento com os olhos, meu corpo ferveu em antecipação esperando o momento
em que ele tomaria a minha boca para si.
-
E quanto à viagem? – indagou rouco.
-
Que viagem? – perguntei fora de órbita.
-
Pra Veneza. – explicou antes de me soltar e se afastar me decepcionando.
-
Já te disse que não vou.
-
Por quê?
-
Não quero ir só porque durmo com o dono da empresa. – cuspi.
Ele
revirou os olhos e passou a mão pelos cabelos contrariado, depois coçou a barba
e me encarou.
-
Eu sabia que você iria pensar exatamente assim, por isso não comentei nada com
você, deixei que o Dr. Tomas lhe desse a notícia. Você está na equipe porque é
a melhor, é inteligente, destemida, perspicaz. Eu sou um profissional Fernanda,
esse congresso é importantíssimo para a empresa e eu nunca prejudicaria a minha
empresa. Pensei que soubesse disso. – me censurou.
Minha
cabeça dava voltas e voltas e um sorriso teimoso se apossou de meus lábios, ele
disse aquilo com tamanha sinceridade que eu não tinha porque não acreditar.
Saber que ele valorizava o meu trabalho foi mais um choque elétrico para o meu
coração.
-
Mas se você insiste em não ir, posso ver outra pessoa...
-
Não! Eu vou. – falei com um sorriso aberto.
Desta
vez não me contive, joguei-me em seus braços e o beijei. Alexandre ficou
surpreso de início, mas depois me abraçou me apertando de encontro a si. Nossas
línguas buscavam uma a outra com uma sofreguidão desesperada.
-
Obrigada. - falei sorrindo de encontro a sua boca.
-
Pelo que? – perguntou segurando-me pela cintura e encostando o seu pau ereto em
meu ventre.
-
Por reconhecer o meu trabalho. – falei olhando-o nos olhos.
-
Isso é um mérito seu, não precisa me agradecer por isso. Eu tenho que ir, tenho
uma reunião marcada para esta manhã. – ele me beijou com urgência como se me
deixar fosse um sacrifício tremendo. – Passo a noite no seu apartamento.
Ele
saiu da sala me deixando sozinha com a promessa de que nós veríamos mais tarde.
Encostei-me na parede e suspirei diversas vezes. Seria hoje o grande dia, a
minha surpresinha para ele.
Alexandre
McConaughey enfim seria rendido...
Preparei
o suco com cuidado e coloquei dentro um pouco do pó que eu havia comprado, mexi
bastante até que os dois se misturassem. A pessoa que me vendeu disse que se eu
colocasse uma pequena quantidade a pessoa ficaria desacordada apenas por alguns
minutos. Eu queria exatamente isso.
Pensei
em várias formas de fazer o que eu tinha em mente sem recorrer a nenhum remédio,
mas o Alexandre nunca permitira, ele gostava de sempre estar no controle.
Mas
não hoje...
Não
dessa vez...
Já
era noite quando toquei a campainha do apartamento dela. Meu pau já pressionava
minha calça ansioso para fuder a Fernanda de todas as formas e jeitos
possíveis.
Eu
odiava me sentir assim por uma mulher, desde a primeira vez no meu escritório
eu sabia que não iria conseguir fazer aquilo apenas uma vez, eu teria que
repetir até me cansar e enjoar como acontecia com as outras, mas já se passaram
três meses e eu nunca me sentia saciado.
Hoje
eu a maltrataria, a provocaria até fazê-la implorar para gozar no meu pau, invadiria
aquela boceta apertada diversas vezes e só depois eu me derramaria dentro dela.
Ela precisava aprender a não me desafiar como fez, nunca me senti tão perto de
matar alguém como ontem vendo aquele cara tocar nela. Meu jantar de negócios
foi um verdadeiro fiasco, não consegui me concentrar em nada imaginando o que
poderia estar acontecendo entre ela e o rapaz.
Aquilo
já estava indo longe demais, aquele sentimento de posse nunca me pertenceu. Meu
caso com a Fernanda mais cedo ou mais tarde acabaria, percebi isso quando
comecei a frequentar o apartamento dela, acredite você pode conhecer
profundamente uma mulher analisando a sua casa e os seus hábitos. Fernanda era romântica,
o quarto dela tinha uma estante cheia de romances água com açúcar e retratos de
familiares preenchiam os quatro cantos do apartamento. Aquele não era o meu
tipo de mulher, ela tinha sonhos e expectativas e se eu ficasse com ela por
mais tempo ela iria querer mais, um mais que não estou disposto a dar nem a ela
nem a mulher nenhuma.
Toquei
a campainha mais uma vez e a porta se abriu, Fernanda apareceu vestindo um
vestido preto justo, o rosto estava perfeitamente maquiado e a boca marcada por
um batom vermelho sangue. Ela encostou no batente da porta e passou a mão pelos
cabelos loiros que estavam soltos como eu gostava.
-
Você demorou. – disse sorridente.
Talvez deixá-la não seria tão fácil
como eu imaginei.
-
A reunião demorou mais do que o esperado. – expliquei sem abandonar seu olhar
por um minuto sequer.
Lentamente
entrei, a porta foi fechada e eu a pressionei contra ela e a beijei com
urgência sentindo a mesma paixão de todas as outras vezes, ela segurou-me pela
nuca me puxando para mais perto, tirei o paletó e a gravata rapidamente sem
desgrudar minha boca da dela. Peguei em sua coxa e a levantei até senti-la me
envolver na cintura, eu estava em chamas desesperado para me movimentar dentro
dela.
-
Ei calma... – me empurrou.
Meu pau estava tão duro dentro da
calça que chegava a latejar e aquela mulher estava me pedindo calma?!
-
Eu quero no meu quarto. – sorriu misteriosa.
-
Vem cá. – gruni a puxando pelo braço e tomando o caminho do quarto, abri a
porta e a empurrei para dentro entrando logo em seguida.
Fernanda
se aproximou da mesinha do criado mudo pegou uma jarra com um suco e colocou
dentro de um copo de vidro.
-
O que é isso? – perguntei desconfiado.
-
Suco de melancia, passou na TV que é afrodisíaco e resolvi fazer para você. –
sussurrou se aproximando com o copo e o estendendo para mim.
-
Por acaso eu já broxei com você alguma vez? – perguntei irritado.
-
Não é isso Alexandre. – sorriu. – Eu só quero apimentar as coisas...
-
Se você quer apimentar eu posso dar um jeito nisso. – provoquei com um sorriso
safado pegando no meu pau duro sobre a calça.
-
Poxa! Fiz com tanto empenho e você não vai beber? – ela pareceu triste e piscou
os olhos diversas vezes.
Se
aquela mulher descobrisse o poder que tem sobre mim eu estaria em apuros,
peguei o suco da sua mão e ela voltou a sorrir cheia de expectativas. Bebi todo
o conteúdo sentindo o gosto doce da fruta.
-
Satisfeita? – perguntei entregando o copo para ela.
-
Sim. Como se sente?!
-
Normal. – respondi desconfiado. – Por quê?
-
É... Nada.
Ela
parecia tensa como se alguma coisa estivesse prestes a acontecer, abri a boca
para questioná-la, mas uma tontura me arremeteu deixando minha visão desfocada.
Levei a mão a cabeça sentido minhas pernas fraquejarem, braços me envolveram
para me apoiar, senti que me sentava em algum lugar.
-
Que merda você fez? – foram minhas ultimas palavras antes de cair na escuridão.
-
Fernanda?! – me chamou se remexendo na cadeira tentando se soltar em vão. – Que
merda é essa? O que você me deu?
Eu
sorri e cruzei as pernas de uma forma sensual (ele não poderia me ver, mas
aquele cenário estava sexy demais).
-
Como você se sente sabendo que eu posso fazer o que quiser com você? –
perguntei sensual.
Alexandre
se remexeu mais ainda na cadeira tentando se soltar.
-
Me desamarra agora Fernanda! Caralho! – gritou nervoso.
-
Cala a boca. – mandei cheia de poder, mulher maravilha perdia feio para mim
naquele momento.
-
Filha da...
-
Calado Sr. Alexandre. Eu só vou te soltar depois que eu fizer tudo o que eu
quiser. Você vai gostar e se relaxar vai até se divertir... – falei mordendo os
meus lábios.
Ele
sorriu de um jeito sacana e parou de se remexer.
-
Ah Fernanda, quando eu sair daqui você vai se arrepender de ter nascido, mas se
me soltar agora eu esqueço a merda que fez.
-
Sem chances, você não está em posição de protestar. – falei. – Sabe Alexandre
eu estou sentada em um sofá de frente para você e acabei de abrir minhas pernas,
estou usando uma calcinha branca de renda.
Ele
soltou um grunido e eu sorri de volta. Levantei-me do sofá e andei sensualmente
em sua direção, ele sentiu minha aproximação e levantou a cabeça para cima,
mesmo de olhos vendados ele era sexy. Comecei abrindo os botões de sua camisa e
a deixando completamente aberta expondo o peitoral firme e musculoso, em
seguida abaixei e fiquei de joelhos diante dele.
-
Você é tão lindo. Tão gostoso. – disse passando a mãos em seu abdômen definido.
Ele
suspirou alto perante o meu toque.
-
O que você quer com isso Fernanda? Me enlouquecer?
Sorri
e abri o seu cinto, seguido do botão da calça. Desci o zíper e introduzir minha
mão em sua cueca tirando o seu pau duro e grosso para fora. Alexandre começou a
se remexer novamente e eu coloquei apenas a ponta na minha boca e chupei.
-
Ah Fernanda... – gemeu.
Tirei-o
da boca e comecei a estimulá-lo com a mão, cuspi deixando minha saliva banhar seu
pau o que facilitou os movimentos de minha mão. Agora eu o masturbava com ambas
as mãos, Alexandre pendeu a cabeça para trás se deliciando com o meu toque.
-
Oh... oh...
Não
aguentei mais e cai de boca o chupando duro até senti-lo no fundo da minha
garganta, minhas mãos e boca trabalhavam juntas para dar ao Alexandre o prazer
máximo.
-
Boca gostosa do caralho!
Minha
língua deslizou por toda a sua extensão, saboreando-o. Fiquei um bom tempo ali
ouvindo os gemidos dele enquanto eu o chupava, sexo oral era a minha perdição.
Depois de um tempo me levantei e ele soltou um protesto quando perdeu o toque
da minha boca. Virei de costas para ele e desci minha calcinha por minhas
pernas, acariciei o centro do meu prazer e voltei a encará-lo.
- Estou
tão molhada... – gemi.
-
Porra Fernanda! Você está me matando, eu quero te tocar, te ver, te foder...
Peguei
o seu membro posicionando na entrada da minha vagina, sentei devagar e apoiei
minhas mãos no encosto da cadeira, comecei a me movimentar saindo completamente
dele e depois entrando de novo lentamente como se nada alem de nós dois
importasse. Acelerei os movimentos e rebolei em cima daquele pau gostoso, era
tão grosso que me preenchia por completa, passei as mãos sensualmente por meus
cabelos sem parar de rebolar.
-
Ai Sr. Alexandre que pau gostoso você tem... – gemi.
-
Me solta Fernanda. – implorou. – Deixa eu te tocar...
Eu
não dei ouvidos, continuei a me movimentar com a minha boceta engolindo o pau
dele a cada movimento de vai e vem. Tudo ficou quente, arranquei o meu vestido
e o joguei longe, agora eu estava nua e sentada no pau dele.
-
Ah... Ah... pau gostoso da porra! – gritei descontrolada.
Movimentei-me
como louca rebolando e permitindo que o seu membro afundasse nas paredes de
minha vagina, o orgasmo não demorou e veio avassalador como sempre fazendo o
meu corpo inteiro tremer e convulsionar. Os anjos haviam aberto as portas do
paraíso e eu me encontrava exatamente ali flutuando entre eles.
Assim
que o meu corpo se acalmou eu me levantei de cima dele e tirei a sua venda,
olhos tomados pelo fogo do desejo me encararam, havia fúria ali também, tudo
direcionado a mim.
-
Me solta. – mandou.
-
Pede, por favor. – ergui uma sobrancelha, queria que ele implorasse como eu
implorei na nossa primeira vez.
-
Quando o inferno congelar. - sorriu de um jeito bem malvado.
Com
um gesto rápido ele levantou as mãos mostrando que havia conseguido se soltar.
Mas
como? Eu havia dado vários nós!
Enquanto
Fernanda gemia rebolando em cima do meu pau minhas mãos trabalhavam agilmente
para me soltar. Ela ainda me olhava espantada sem saber como eu havia
conseguido, joguei as cordas para longe e me levantei da cadeira.
Livrei-me
da camisa, tirei os sapatos os chutando para longes juntamente com a calça e a
cueca.
-
Você ta fodida. – ameacei.
Avancei
nela jogando-a em cima do sofá, abri suas pernas com força e ela me olhou
assustada. Entrei de uma só vez dando estocas tão fortes que o sofá se mexia
acompanhando o meu ritmo. A fodi sem dó expondo toda a minha fúria.
-
Toma o meu pau Fernanda nessa sua boceta apertada. – gritei.
Fernanda
era quente como uma fogueira e seus gemidos me deixavam cheio de tesão. Minhas
costas ardiam devido à força com que ela as rasgava com suas unhas encravadas
em minha pele.
-
Ah... Alexandre... – gritou gozando pela segunda vez.
Saí
de dentro dela e a puxei para a cadeira em que ela havia me aprisionado,
posicionei-a de quatro de modo a ter sua bunda arrebitada voltada para mim,
tomei sua abertura novamente dando estocadas rápidas e precisas, entrava o máximo
que conseguia até sentir o meu pau fundo em sua vagina.
-
Ah Alexandre... – choramingou. – Eu não aguento mais...
-
Fico louco sentindo essa bunda bater de encontro a mim... – gruni aumentando a
velocidade.
Puxei
o cabelo dela até ter seu pescoço completamente voltado para trás.
-
Cachorra gostosa. – sussurrei no seu ouvido e dei uma palmada forte em sua
bunda seguida de muitas outras.
Ela
gemeu e eu a comi como louco, tirando e enfiando, grunindo como um animal
faminto que devorava a sua presa como se não houvesse o amanhã.
-
Eu vou gozar... – avisou com voz vacilante.
Não
demorou e o meu pau foi banhado literalmente com o gozo da Fernanda, quis
prolongar mais o meu, mas não consegui, estoquei mais uma vez e parei
depositando toda a minha porra nela.
-
Você é minha... – gruni rouco reivindicando-a para mim.
Ela
dormia profundamente de bruços, não sei quanto tempo fiquei ali a olhando, os
cabelos loiros estavam espalhados sobre a cama e o lençol mal cobria o seu
corpo. Comecei a morder suas costas até fazê-la despertar.
-
Oi... – disse abrindo os olhos.
-
Oi. – respondi serio. – Você é linda.
Ela
se remexeu na cama até ficar embaixo de mim, me encarava com um sorriso aberto.
-
Serio?
-
Sim.
-
Você nunca tinha dito isso antes. – falou feliz.
Desci
meus olhos para os seus seios descobertos, as esferas cheias com os bicos
rosados praticamente clamavam atenção, suguei um seio com volúpia e ela gemeu
agarrando os meus cabelos com a mão.
Passei
minhas mãos por sua barriga, alisei suas pernas e as abri buscando sua boceta,
ah e ela não me decepcionou estava molhada, banhada por aquela lubrificação
cremosa, introduzi dois dedos ali enquanto passava a sugar seu outro seio.
-
Você parece ter poder sobre o meu corpo... – arfou com dificuldade para
respirar.
Massageei
o seu clitóris até fazê-lo inchar, mexi meus dedos dentro dela sentindo que ela
estava perto.
-
Deixe vim Fernanda... Goza pra mim... – falei rouco com a cabeça afundada em
seu pescoço sentindo aquele cheiro de mulher gostosa.
-
Ah Alexandre... – gritou liberando o seu prazer.
Ela
era como uma droga e eu estava viciado, levei meus dedos lambuzados de seu
orgasmo a boca e os chupei um a um, ela me olhou febril e gemeu.
-
Deliciosa... – sorri.
Fernanda
envolveu o meu pescoço com os braços e me beijou na boca, foi um beijo lento,
cheio de saliva e línguas dançantes, segurei em sua nuca e o aprofundei
buscando aquela massa de sensações que eu sabia que só encontraria com ela, pelo
menos enquanto eu estivesse em sua cama. Meu instinto dizia que aquele caso já
havia passado da hora de acabar, eu precisava urgentemente seguir em frente e
ela buscar o homem das dez qualidades essenciais. Lembrei-me do rapaz do saguão
e interrompi o beijo.
-
O rapaz que você saiu, é um top ten? –
perguntei mais incomodado do que eu gostaria.
- Top ten? – sorriu confusa. – Como assim?
-
O homem das dez qualidades essenciais. – expliquei.
-
Ah é assim que você chama? – gargalhou. – Bom eu não sei, só saímos para beber
juntamente com outras pessoas, não foi um encontro, mas acho ele um cara
legal.
Saí
de cima dela e deitei na cama olhando para o teto.
-
Talvez você esteja certo. – falou e eu a encarei sem entender a que ela se
referia. – Eu acho que vai ser difícil encontrar um Top ten, poderia me contentar com um Top seven ou eight, ou talvez
eu encontre alguém que me mostre que o amor pode transformar pessoas e que o homem
ideal possa ser construído através dele.
Fernanda
falou aquilo olhando fundo nos meus olhos como se quisessem fazer as palavras
chegarem em algum lugar profundo. Levantei-me da cama como se ela queimasse e
busquei minhas roupas pelo chão do quarto passando a vesti-las.
-
Aonde você vai?
-
Tenho que ir, preciso resolver algumas pendências do congresso em Veneza. –
menti enquanto vestia a calça.
-
É quase meia noite Alexandre, por que você não fica e vai amanhã pela manhã? –
franziu o cenho.
-
Porque eu quero ir agora. – falei grosseiro.
Ela
fechou o semblante e não disse mais nada, apenas me observou enquanto eu vestia
minhas roupas e saia do quarto fechando a porta atrás de mim.
Fechei
os olhos e esmurrei o travesseiro com uma raiva muito grande. Porque eu fui
dizer aquilo pra ele?
Eu e minha boca grande!
O
homem tem horror a romantismo e eu me exponho assim sem o menor pudor, foi
praticamente um “Me apaixonei por você”.
Grande merda!
Ele
queria sexo sem compromisso e eu queria os dois juntos em um só pacote e queria
com ele. Nós éramos brilhantes na cama e tenho certeza que poderíamos ser fora
dela se ele me deixasse chegar mais perto, fazer parte da vida dele.
Eu
teria um grande desafio pela frente e sabia exatamente o território da minha
vitória.
Qual
outro lugar no mundo poderia fazer um homem cabeça dura enxergar o que estava
bem diante do seu nariz senão Veneza, a cidade do amor?
Meu
instinto masculino nunca falha, eu precisava dar um basta antes que a merda
fosse maior. Fernanda já começava a ter expectativas. Revirei os olhos e bebi
mais um gole do meu whisky, mulheres
são todas iguais, cedo ou tarde vem sempre com o mesmo papinho mole e a vontade
de te prender para sempre.
Comigo
sempre foi diferente, mulher nenhuma ameaça a minha liberdade. Meu envolvimento
com a Fernanda já tinha data de vencimento. Uma semana. Assim que voltássemos de
Veneza eu terminaria tudo.
Usaria
a viajem para me despedir e me acostumar com o fato de que quando voltássemos para
o Brasil às coisas não seriam mais iguais.
6 comentários:
Nossa como o Alexandre é mal!
Continua estou super curiosa para saber oque vai acontecer :3
Olha você não sabe a alegria que fico quando alguém deixa um comentário sobre um dos meus trabalhos.
Fico o dia todo com o sorrisão no rosto! Obrigada, vou retribuir me empenhando ainda mais na parte 3
É só ficar ligada aqui no blog! Beijão.
Parte três rápido. Muito bom. Anciosissima. Esperando. Parabéns.
Oi Grazi!
Nossa que bom que você gostou!!
A parte 3 sai semana que vem...
<3
Que chegue logo semana q vem esperando.....
Hahahaha
Muitas surpresas acontecerão!
Veneza nos espera... ;)
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