domingo, 10 de maio de 2015

Série Rendida - Novais J.

Gente algumas explicações antes de postar a segunda parte do penúltimo capítulo.
Dei uma sumida porque comecei o meu estágio da faculdade, foram duas semanas onde todas as tardes fui observar uma sala de aula, meu tempo para escrever foi reduzido drasticamente e isso resultou em um atraso e para acabar de completar meu computador me deixou na mão, tive que mandar formatar ¬¬
Agora vamos ao que interessa... estou em lágrimas porque Rendida está acabando.


A Vitória (Parte II)
- ALEXANDREEE! – o grito desesperado da Fernanda me faz saltar de um pulo da cama. Meu coração bate acelerado e eu procuro algo para vestir, pego a calça da fantasia de bombeiro no chão do quarto e a coloco as presas saindo em disparada. O grito veio da sala e eu desço as escadas correndo, encontro Fernanda na porta visivelmente abalada, ela se vira e ao me ver corre para meus braços.
- O que aconteceu Lindinha? – pergunto a abraçando para que pare de tremer e chorar.
Ela enterra o rosto no meu peito e soluça, meus olhos desviam para a porta e só então noto o porteiro, ele está assustado e tem algo nas mãos que chama bastante a minha atenção.
- Mas que porra é essa? – franzo o cenho.
- Ah... deixaram na portaria, endereçado a Dona Fernanda como presente de casamento. – ele responde desconfortável.
Uma coroa de flores negras com uma mensagem de saudades eternas.
Ah Rebeca... Eu vou matar você!
- Lindinha me solta um pouquinho? – peço segurando em seus ombros, quero ver o tal presente mais de perto.
- Nã... não! – grita e em resposta me aperta mais. – É horrível... eu não quero!
Cerro o maxilar por vê-la assim e encaro o porteiro.
- Quem mandou isso?
- Eu... eu não sei, foi um entregador que deixou, não tinha remetente.
- Tira isso daqui. Agora! – brado.
- E o que eu faço com isso Sr. Alexandre? – o porteiro me pergunta desnorteado.
- Eu não sei porra! Só tira daqui! – grito e ele assente assustado fechando a porta.
Fernanda entra em um choro compulsivo e é como se mil facas estivessem sendo enfiadas no meu coração, a pego no colo e subo as escadas indo para o nosso quarto. Entro e sento na cama com ela, seus braços envolvem o meu pescoço e eu tento fazê-la me encarar.
- Olha para mim. – peço baixinho.
Ela me fita, os olhos vermelhos, os lábios trêmulos. Caralho! O sorriso lindo que vi a poucos minutos em seu rosto quando ela saiu deste quarto não estava mais ali.
- Foi ela amor... – lágrimas escorrem por seu rosto. – Ela sabe que vamos nos casar...
- Ei não fica assim. – limpo suas lágrimas. – É isso o que ela quer, te desestabilizar! A Rebeca está presa Fernanda.
- Presa, mas nos mandou um presente! – sua voz escorre pânico. – Ela mandou uma coroa de flores! E se isso for um aviso e ela estiver planejando algo? E se fizer alguma coisa contra você?! – ela segura meu rosto em um total desespero.
Pego suas mãos em um aperto firme.
- Escuta bem o que eu vou te falar. – começo firme olhando dentro dos seus olhos. – Nem um tsunami seria capaz de me impedir de entrar naquela catedral e esperar por você no altar. Nada vai acontecer. Eu não vou permitir.
Ela assente um pouco mais calma me abraçando forte.
- Eu te amo Alexandre...
Dou um sorriso capaz de ser visto até de costas.
- Eu amo mais.
Não sei quanto tempo ficamos abraçados, não me importei em contar. Fernanda precisava se sentir segura, protegida e eu faria o que fosse preciso para defender a nossa felicidade, para trazer aquele sorriso lindo de volta a seu rosto.
- Eu tenho uma coisa para você. Na verdade para nós. – eu disse depois de um tempo.
- O que é? – pergunta fazendo beicinho.
Tiro-a do meu colo e a sento na cama com cuidado, vou até o criado-mudo e abro a primeira gaveta pegando à caixinha de veludo que guardei ali há alguns dias, volto para a cama e me sento de frente para a Lindinha.
- Abre. – entrego a caixinha para ela.
Fernanda me olha confusa e abre a caixa, seus olhos aumentam e ela coloca a mão na boca.
- Oh...
Eram alianças, as nossas alianças de casamento. Em ouro, com acabamento em fosca e detalhadas com dois frisos polidos, elas eram perfeitas.
- Eu pensei que usaríamos as mesmas do noivado. – Fernanda diz sem tirar os olhos das alianças.
- Você já me pediu em casamento, eu queria pelo menos ter o prazer de comprar as alianças. – dou um sorriso.
- São... são lindas Alexandre.
- São sim. – ela me olha encantada. – Eu vou ficar com a sua e você com a minha.
- Para que?
- Você vai gravar algo pra mim. – explico. – Pode ser o que você quiser... uma frase, uma palavra... eu vou fazer o mesmo com a sua. Nós só iremos descobrir o que o outro gravou na lua de mel.
Fernanda abre um sorriso divertido e eu me sinto orgulhoso por ter conseguido fazê-la esquecer pelo menos temporariamente o episódio da coroa de flores.
- Eu amei a ideia, já até sei o que escreverei na sua! – sua voz transborda animação.
- Estou curioso.
Fernanda volta para o meu colo e me olha com meiguice.
- Na minha aliança quero algo romântico.
Dou um sorriso torto pela exigência dela.
- Eu vou tentar.
Ela bate no meu ombro.
- Alexandre sem gracinhas!
- Você sabe que a minha concepção de romantismo é diferente. – minha mão avança para dentro da sua blusa e aperta um seio que intumesce sob o meu toque.
- Por que estou com a impressão de que não poderei tirar essa aliança do dedo para que nunca ninguém leia o que está gravado dentro dela? –pergunta tenebrosa me fazendo rir.
- Eu acho que você está mais do que certa.
******
Desde a prisão da Rebeca eu me mantive distante do andamento do processo, o que eu queria era afastá-la da minha vida, mas mesmo presa ela arrumava um jeito de atrapalhar as coisas. Seu advogado me procurava com frequência, Rebeca exigia uma visita minha a cadeia, da última vez que ele esteve aqui na empresa a minha procura nem sequer o recebi, estava cansado dessa merda. No entanto depois de hoje, depois de ver o terror nos olhos da Fernanda eu estava muito tentado a ir até a prisão apertar o seu pescoço. Mesmo odiando, tenho que admitir que a preocupação da Fernanda não é em vão, Rebeca é traiçoeira e pensar na possibilidade dela voltar a aprontar não me agrada. Eu não posso permitir que ela prejudique a minha vida ou das pessoas que amo novamente.
- Sr. Alexandre, o Dr. Umberto acaba de chegar. – Heloísa, a substituta da Marta, anuncia colocando a cabeça para dentro da sala.
- Mande-o entrar, por favor.
Ela assente e segundos depois Umberto entra se sentando na cadeira a minha frente.
- O que aconteceu? Você me liga e diz que precisa dos meus serviços de advogado com urgência, fiquei preocupado.
- A Rebeca. – o nome sai com desgosto pela minha boca. – Ela mandou uma coroa de flores para a cobertura como presente de casamento.
Umberto ergue as sobrancelhas.
- Nossa eu não estou por dentro dos presentes da moda, mas creio que esse não foi nada elegante.
- Se a Rebeca pode se dar ao luxo de me mandar um presente significa que ela ainda tem regalias. – digo ignorando o seu comentário.
- Uma coroa de flores não é algo tão caro. – Umberto contrapõe.
- Mas o advogadozinho chave de cadeia que vira e meche aparece na minha empresa a pedido dela é. – cerro o maxilar.
- Ele ainda anda a trás de você?
- Infelizmente.
Umberto afrouxa o nó da sua gravata e me encara com ar profissional.
- Bom... as contas dela foram bloqueadas logo após a prisão.
- Será mesmo Umberto? – cerro os olhos.
- O que você está pensando em fazer? – ele me estuda.
- Eu quero que você mexa os seus pauzinhos, quando você quer descobrir algo ninguém consegue esconder nada de você. – dou um sorriso de escárnio. – Parece que o fundo do poço não é um lugar suficiente para manter a Rebeca quieta, vamos ter que cavar algo mais fundo.

- ALEXANDREEE! – o grito desesperado da Fernanda me faz saltar de um pulo da cama. Meu coração bate acelerado e eu procuro algo para vestir, pego a calça da fantasia de bombeiro no chão do quarto e a coloco as presas saindo em disparada. O grito veio da sala e eu desço as escadas correndo, encontro Fernanda na porta visivelmente abalada, ela se vira e ao me ver corre para meus braços.
- O que aconteceu Lindinha? – pergunto a abraçando para que pare de tremer e chorar.
Ela enterra o rosto no meu peito e soluça, meus olhos desviam para a porta e só então noto o porteiro, ele está assustado e tem algo nas mãos que chama bastante a minha atenção.
- Mas que porra é essa? – franzo o cenho.
- Ah... deixaram na portaria, endereçado a Dona Fernanda como presente de casamento. – ele responde desconfortável.
Uma coroa de flores negras com uma mensagem de saudades eternas.
Ah Rebeca... Eu vou matar você!
- Lindinha me solta um pouquinho? – peço segurando em seus ombros, quero ver o tal presente mais de perto.
- Nã... não! – grita e em resposta me aperta mais. – É horrível... eu não quero!
Cerro o maxilar por vê-la assim e encaro o porteiro.
- Quem mandou isso?
- Eu... eu não sei, foi um entregador que deixou, não tinha remetente.
- Tira isso daqui. Agora! – brado.
- E o que eu faço com isso Sr. Alexandre? – o porteiro me pergunta desnorteado.
- Eu não sei porra! Só tira daqui! – grito e ele assente assustado fechando a porta.
Fernanda entra em um choro compulsivo e é como se mil facas estivessem sendo enfiadas no meu coração, a pego no colo e subo as escadas indo para o nosso quarto. Entro e sento na cama com ela, seus braços envolvem o meu pescoço e eu tento fazê-la me encarar.
- Olha para mim. – peço baixinho.
Ela me fita, os olhos vermelhos, os lábios trêmulos. Caralho! O sorriso lindo que vi a poucos minutos em seu rosto quando ela saiu deste quarto não estava mais ali.
- Foi ela amor... – lágrimas escorrem por seu rosto. – Ela sabe que vamos nos casar...
- Ei não fica assim. – limpo suas lágrimas. – É isso o que ela quer, te desestabilizar! A Rebeca está presa Fernanda.
- Presa, mas nos mandou um presente! – sua voz escorre pânico. – Ela mandou uma coroa de flores! E se isso for um aviso e ela estiver planejando algo? E se fizer alguma coisa contra você?! – ela segura meu rosto em um total desespero.
Pego suas mãos em um aperto firme.
- Escuta bem o que eu vou te falar. – começo firme olhando dentro dos seus olhos. – Nem um tsunami seria capaz de me impedir de entrar naquela catedral e esperar por você no altar. Nada vai acontecer. Eu não vou permitir.
Ela assente um pouco mais calma me abraçando forte.
- Eu te amo Alexandre...
Dou um sorriso capaz de ser visto até de costas.
- Eu amo mais.
Não sei quanto tempo ficamos abraçados, não me importei em contar. Fernanda precisava se sentir segura, protegida e eu faria o que fosse preciso para defender a nossa felicidade, para trazer aquele sorriso lindo de volta a seu rosto.
- Eu tenho uma coisa para você. Na verdade para nós. – eu disse depois de um tempo.
- O que é? – pergunta fazendo beicinho.
Tiro-a do meu colo e a sento na cama com cuidado, vou até o criado-mudo e abro a primeira gaveta pegando à caixinha de veludo que guardei ali há alguns dias, volto para a cama e me sento de frente para a Lindinha.
- Abre. – entrego a caixinha para ela.
Fernanda me olha confusa e abre a caixa, seus olhos aumentam e ela coloca a mão na boca.
- Oh...
Eram alianças, as nossas alianças de casamento. Em ouro, com acabamento em fosca e detalhadas com dois frisos polidos, elas eram perfeitas.
- Eu pensei que usaríamos as mesmas do noivado. – Fernanda diz sem tirar os olhos das alianças.
- Você já me pediu em casamento, eu queria pelo menos ter o prazer de comprar as alianças. – dou um sorriso.
- São... são lindas Alexandre.
- São sim. – ela me olha encantada. – Eu vou ficar com a sua e você com a minha.
- Para que?
- Você vai gravar algo pra mim. – explico. – Pode ser o que você quiser... uma frase, uma palavra... eu vou fazer o mesmo com a sua. Nós só iremos descobrir o que o outro gravou na lua de mel.
Fernanda abre um sorriso divertido e eu me sinto orgulhoso por ter conseguido fazê-la esquecer pelo menos temporariamente o episódio da coroa de flores.
- Eu amei a ideia, já até sei o que escreverei na sua! – sua voz transborda animação.
- Estou curioso.
Fernanda volta para o meu colo e me olha com meiguice.
- Na minha aliança quero algo romântico.
Dou um sorriso torto pela exigência dela.
- Eu vou tentar.
Ela bate no meu ombro.
- Alexandre sem gracinhas!
- Você sabe que a minha concepção de romantismo é diferente. – minha mão avança para dentro da sua blusa e aperta um seio que intumesce sob o meu toque.
- Por que estou com a impressão de que não poderei tirar essa aliança do dedo para que nunca ninguém leia o que está gravado dentro dela? –pergunta tenebrosa me fazendo rir.
- Eu acho que você está mais do que certa.
******
Desde a prisão da Rebeca eu me mantive distante do andamento do processo, o que eu queria era afastá-la da minha vida, mas mesmo presa ela arrumava um jeito de atrapalhar as coisas. Seu advogado me procurava com frequência, Rebeca exigia uma visita minha a cadeia, da última vez que ele esteve aqui na empresa a minha procura nem sequer o recebi, estava cansado dessa merda. No entanto depois de hoje, depois de ver o terror nos olhos da Fernanda eu estava muito tentado a ir até a prisão apertar o seu pescoço. Mesmo odiando, tenho que admitir que a preocupação da Fernanda não é em vão, Rebeca é traiçoeira e pensar na possibilidade dela voltar a aprontar não me agrada. Eu não posso permitir que ela prejudique a minha vida ou das pessoas que amo novamente.
- Sr. Alexandre, o Dr. Umberto acaba de chegar. – Heloísa, a substituta da Marta, anuncia colocando a cabeça para dentro da sala.
- Mande-o entrar, por favor.
Ela assente e segundos depois Umberto entra se sentando na cadeira a minha frente.
- O que aconteceu? Você me liga e diz que precisa dos meus serviços de advogado com urgência, fiquei preocupado.
- A Rebeca. – o nome sai com desgosto pela minha boca. – Ela mandou uma coroa de flores para a cobertura como presente de casamento.
Umberto ergue as sobrancelhas.
- Nossa eu não estou por dentro dos presentes da moda, mas creio que esse não foi nada elegante.
- Se a Rebeca pode se dar ao luxo de me mandar um presente significa que ela ainda tem regalias. – digo ignorando o seu comentário.
- Uma coroa de flores não é algo tão caro. – Umberto contrapõe.
- Mas o advogadozinho chave de cadeia que vira e meche aparece na minha empresa a pedido dela é. – cerro o maxilar.
- Ele ainda anda a trás de você?
- Infelizmente.
Umberto afrouxa o nó da sua gravata e me encara com ar profissional.
- Bom... as contas dela foram bloqueadas logo após a prisão.
- Será mesmo Umberto? – cerro os olhos.
- O que você está pensando em fazer? – ele me estuda.
- Eu quero que você mexa os seus pauzinhos, quando você quer descobrir algo ninguém consegue esconder nada de você. – dou um sorriso de escárnio. – Parece que o fundo do poço não é um lugar suficiente para manter a Rebeca quieta, vamos ter que cavar algo mais fundo.

ALGUNS DIAS DEPOIS...


É hoje! É hoje o casamento daqueles dois...
Torço para que aquela catedral desabe. Não! Torço para que Fernanda caia e quebre o pescoço! Vadia...
Ele é meu... é assim que deveria ser...
Como Alexandre pode fazer isso comigo? Colocar outra no lugar que sempre foi meu? Mas a felicidade deles não durará para sempre... eu vou usar todo o meu dinheiro para sair dessa pocilga, nem que seja pelos meios ilegais!
- Rebeca Ventura, você tem visita. – a carcereira anuncia abrindo minha cela.
Abro um sorriso de puro alívio, ficar alguns minutos longe da minha companheira de cela é maravilhoso. Levanto-me de supetão, mas ela puxa o meu braço e me encara com um sorrisinho debochado.
- Não demora bebê, odeio ficar sozinha...
Meus olhos enchem-se de lágrimas. Até quando?! Até quando serei escrava sexual dessa... desse... ah! Não sei nem que nome dar a ela!
- Anda logo! Que demora é essa?! – a carcereira se irrita e a nojenta me solta.
Na sala de visitas meu advogado me espera de pé. Sento na cadeira e cruzo as mãos sobre a mesa, ele me olha de um modo indecifrável.
- Mandou o meu presente? – pergunto cheia de sorrisos, tirar a alegria daqueles dois me faz feliz... ah como me faz!
- Mandei, mas não foi isso que me trouxe até aqui.
- E o que foi então? – ergo uma sobrancelha.
- Eu estou deixando o caso Rebeca. – ele anuncia e eu franzo o cenho.
- Que caso? – pergunto limpando a garganta.
- O seu caso.
Encaro-o furiosa, mas em seguida um sorriso dança em meus lábios.
- Hum... essa é mais uma de suas estratégias para conseguir um aumento de salário?
Ele solta uma gargalhada.
- Não Rebeca, até porque você não poderia pagar.
- Como assim eu não poderia pagar? – começo a ficar histérica.
- A pessoa que cuida da sua conta na Suíça, que é a mesma que faz o deposito dos meus honorários, me ligou ontem para informar o cancelamento da sua conta. Parece que a policia descobriu onde você guarda o seu pote de ouro.
Meus olhos se arregalam.
- Não pode ser! – grito. – Como?!
- Eu não sei.  – ele dá de ombros.
- Como não sabe?! – bato as duas mãos na mesa e me levanto. – Procure saber seu inútil! Reverta a situação. Eu não posso ficar pobre!
- Nem relógio trabalha de graça Rebeca. – ele sorri. – A partir de hoje eu não sou mais o seu advogado. Seu caso será encaminhado para um defensor público.
Ele se levanta e segue em direção a porta, corro atrás dele o puxando pelo braço.
- Não! Você não pode abandonar o meu caso... – imploro segurando em seus ombros.
- Você não tem mais como me pagar.
Engulo em seco e colo meu corpo ao dele.
- Nós podemos dar um jeito. – tento não soar desesperada, pego suas mãos e as levo até meus seios. – Aperte-os... sinta como são firmes...
Ele solta um riso baixo.
- Eu sou gay Rebeca. – o cretino me empurra e me dá as costas. –  Guarde a sua sedução barata para seu novo advogado, possa ser que ele goste de vadias.
É o meu fim. Eu estou presa e... e pobre.
Atiro-me no chão aos pés do advogado agarrando suas pernas em uma cena deprimente.
- Por favor, não! – choro. – Nãoooo!
- Me larga!
Uma policial entra na sala e liberta o advogado que sai as pressas pela porta sem me dirigir mais nenhum olhar. Entro em um choro compulsivo, eu estou perdida... não tenho mais ninguém a quem recorrer!
Marcos eu mesma matei...
Murilo se foi...
E o Alexandre... o Alexandre me abandonou!
O que será de mim? Voltarei para a minha cela e serei abusada por aquela nojenta!
Eu prefiro a morte...


Olho-me no espelho sem acreditar neste momento, lágrimas tentam sair dos meus olhos, mas as seguro para que não borre minha maquiagem perfeita. É o meu dia... Meu e do homem que amo.

A nossa história não é nenhum conto de fadas, mas hoje eu permito me sentir uma princesa. O vestido se moldou ao meu corpo como uma segunda pele, no busto ele é justo, a renda francesa tem transparência em lugares estratégicos deixando algumas partes da minha pele a mostra, o decote é modesto dando-me um ar angelical e na cintura o vestido forma uma saia não muito rodada que desce elegantemente até cobrir meus pés que estão confortavelmente em sapatos brancos.  Meu coração bate tão forte no peito que tenho certeza que as batidas podem ser ouvidas por qualquer um, em menos de uma hora estarei casada com o Alexandre.
A cabeleireira entra no quarto trazendo nas mãos o véu de 3 metros de comprimento e o prende no meu cabelo que está em um coque volumoso com alguns fios soltos. Assim que termina o seu trabalho ela sai me lançando um sorriso orgulhoso, mamãe e papai entram logo em seguida e eu tenho que abanar meus olhos para não começar a chorar.
- Filha você está linda... – papai me abraça com cuidado para não amassar o vestido. – Nunca vi noiva mais bonita.
- Oh pai eu estou tão feliz sabe... – minha voz sai embargada.
- Você será ainda mais meu amor... O Alexandre é um homem bom. – papai me encara, lágrimas saindo de seus olhos.
- Oh Filha! – mamãe se aproxima me abraçando também. – Alexandre está tão lindo, um príncipe.
Dou um sorriso com o deslumbramento da Dona Júlia.
- Eu posso imaginar mãe...
- Ele saiu há algum tempo para a catedral. Disse para você não demorar muito.
Alexandre e eu nos arrumamos na cobertura, eu fiquei no nosso quarto e ele usou o de hospedes que fica no andar de baixo.
- Você entregou para ele a aliança? – depois de muito pensar só ontem decidi o que gravar na aliança do meu futuro marido.
- Dei filha. – mamãe afirma.
- Você o fez prometer não ler antes da hora? – ergo uma sobrancelha.
- Sim meu bem. – mamãe assente e eu suspiro aliviada. Levávamos as nossas promessas muito a sério. Sei que ele cumpriria.
- Acho melhor nos apressarmos. – papai diz olhando no relógio, o casamento estava marcado para as 19h.
Meus pais estão muito elegantes, papai usa um terno fino e mamãe um longo na cor vinho.
- Falta o meu buquê. – digo o procurando pelo quarto.
- Aqui está. – papai o acha primeiro e me entrega.
No buquê optei por lírios brancos, Marta disse que traria sorte ao casamento e eu não sou louca de duvidar da minha amiga.
- Fernanda, lírios brancos além de outras coisas representam a maternidade. – mamãe me olha esperançosa. – Que Deus conceda a vocês uma bela família.
Engulo em seco e encaro papai que acaba de abraçar mamãe muito emocionado. Merda! Eu ainda não havia contado que eles não teriam netos. Durante esses meses sempre fui deixando para depois e acabei não contando, agora vendo a esperança no olhar que eles me dirigem eu me sinto muito mal.
 - Ah... mãe. – dou um sorriso amarelo. – Nós não teremos filhos.
Papai me olha impenetrável e mamãe coloca a mão no peito com a expressão chocada.
- Como assim não terão filhos?!
- O Alexandre é vasectomizado, eu sei que deveria ter dito antes, mas...
- Oh meu Deus... – minha mãe coloca a mão na cabeça simulando um desmaio, papai a ampara pela cintura.
- Fernanda a outras formas. – papai começa. – A medicina moderna traz muitas opções e há também a adoção...
- Pai ele não quer filhos. Possa ser que ele mude de ideia. – dou um sorriso me lembrando da sua relação com o Gugu. – Mas se isso acontecer será no tempo dele, eu não vou forçar a barra, mas também se nunca acontecer... eu não vou deixar de ser feliz, me sinto grata só de tê-lo em minha vida, ele é tão maravilhoso. Vocês têm ideia de quantas pessoas passam a vida inteira procurando o tipo de amor que eu encontrei?
- Oh meu Deus! – mamãe começa o seu drama particular. – Eu não irei aguentar essa decepção... A minha filha não vai dar continuidade a nossa linhagem.
- Mãe pelo amor de Deus! – reviro os olhos. – Isso é tão Idade Média. Eu sei que vocês estão tristes e que esse não é o melhor momento para essa conversa, mas também não é o fim do mundo.
- Pra mim é o apocalipse! – mamãe grita.
- Júlia, por favor, hoje é o casamento da nossa menina... não vamos estragar as coisas. – papai intervém.
- Eu não terei netos Fernando... Nós não teremos netos! – vejo minha mãe sair do quarto transtornada e fechar a porta atrás de si.
- Eu vou falar com ela. – papai faz menção de sair, mas seguro em seu braço.
- Você me odeia também? – encaro papai temendo por sua resposta. O chilique da mamãe eu poderia aguentar, mas se meu pai me odiar o meu grande dia estará arruinado.
Ele segura em meu rosto com ambas as mãos.
- Fernanda a sua mãe não odeia você, muito menos eu. Foi um choque admito, eu também queria netos. Mas se você for feliz eu posso superar. – ele sorri e uma lágrima desce pelo meu rosto, papai a limpa com o polegar. – Nada de lágrimas, é o grande dia.
Assinto e ele beija a minha testa indo atrás da mamãe logo em seguida.


Não sei onde estava com a merda da cabeça quando aceitei a sugestão da Marta e vesti um fraque preto, eu me sentia um pinguim. Marta disse que eu pareceria um príncipe e só por isso concordei com o fraque, hoje, pelo menos hoje, eu queria ser um príncipe para a minha Lindinha. A catedral estava lotada, eu andava de um lado para o outro no altar a ponto de ter um ataque.
Caralho! Por que ela está demorando tanto?
- Alexandre você já está me deixando tonto andando de lá para cá. – Lucas se aproxima batendo no meu ombro.
Cerro os olhos para ele.
- Sem piadinhas, por favor. Volte para o seu lugar. – ele e sua mulher Clarisse, que já estava no altar, eram meus padrinhos.
- E deixar você abrir um buraco no chão da Igreja? Nem pensar! – brinca me irritando. – Relaxa, ela vai vim.
- É claro que ela vai vim! – me irrito.
- A não ser que...
- A não ser que o que? – um frio na minha espinha me deixa em alerta.
- A não ser que ela tenha percebido a loucura que iria cometer e tenha desistido. – Lucas ri da minha cara.
- Eu vou matar você! – vejo vermelho o que faz Lucas ri mais.
- Cheguei! – a voz da Marta me faz virar para a entrada da catedral, ela anda a passos rápidos e Sérgio vem logo atrás com o Gugu nos braços. Fernanda havia chamado os dois para serem seus padrinhos.
- Marta e a Fernanda? – pergunto quando ela chega perto.
- Eu não sei... deve estar se arrumando. Calma, Nanda não deve demorar, noivas sempre se atrasam... – Marta sorri.
Sérgio fica ao lado da Marta e eu me aproximo para olhar o meu afilhado, ele dorme o sono dos justos e está vestido em um terninho cinza.
- Com quem o Gugu vai ficar? – pergunto o pegando do colo do Sergio.
- A Alicia disse que ficaria com ele para mim. – Marta aponta para a primeira fileira de bancos onde Dr. Tomas e toda a sua família está, cumprimento a todos com um aceno de cabeça.
- Ei campeão. – falo com o Gugu e ele começa a despertar. – Quero você acordado para ver o meu casamento.
Gugu abre um sorriso e eu começo a me acalmar, é como se ele dissesse para mim “ela vai vim dindo”.
- Então esse é o famoso Gustavo. – Lucas saúda Marta e Sérgio e aperta as bochechas do meu afilhado.
Dou um sorriso bobo.
- É esse é o Gugu. – afirmo. – E ele me adora não é campeão?
- O Alexandre acha que é a Super Nany. – Sérgio me alfineta.
- Sérgio morre de ciúmes. – pisco para Lucas e ele ri fazendo Sérgio revirar os olhos.
- Dá para os dois pararem com a disputa. – Marta olha de mim para o Sérgio. – Me dá o Gustavo. Vou entregá-lo para a Alicia, temos que ir para os nossos postos.
- Ah Marta deixa o Gugu aqui... – protesto quando ela o tira dos meus braços.
- Você é o noivo! – ela me repreende. – Noivos não seguram bebes durante a cerimônia.
Marta sai e Sérgio e Lucas caem na risada.
Belos padrinhos fui arrumar...


Mamãe entra no quarto um pouco mais calma, papai não veio com ela, acho que queria que conversássemos a sós.
- Eu pensei que ser mãe fosse o seu sonho. – ela diz me estudando.
- Na verdade meu sonho era encontrar um amor maior do que tudo que já imaginei e com ele construir uma família. Estou realizando isso hoje mãe, a partir do momento que sairmos da catedral seremos uma família.
Ela me olha com lágrimas nos olhos.
- Ele faz seus pés não sentirem o chão? Faz o seu mundo parar e sua cabeça esquecer-se de tudo? Faz você sentir um amor tão grande que sua vontade é de reparti-lo com o mundo inteiro?
- Sim mãe, ele faz.
Ela chega perto e sorri para mim.
- Então eu tenho certeza que tudo vai acontecer como deve, um homem que é capaz de fazer uma mulher se sentir assim faz de tudo para fazê-la feliz porque eles compartilham juntos da mesma felicidade. – mamãe me abraça e eu acho que ela nunca me disse algo tão bonito. Tenho certeza que papai teve uma longa conversa com ela.
- Vim buscar minhas garotas. – papai entra no quarto e sorri quando vê mamãe e eu abraçadas.
- Suas garotas estão prontas. – mamãe me solta e pega na minha mão. – Temos um noivo ansioso esperando certa moça...
- Então não devemos deixá-lo esperando. – mordo os lábios ansiosa.
Puta merda! Eu vou me casar...
******
As portas da catedral estavam fechadas, mamãe já havia entrado para avisar a todos que a noiva entraria em instantes. Respirei profundamente buscando o ar que me faltava, papai me ofereceu seu braço e eu aceitei bastante nervosa.
- Pai como faço para não chorar? – tento me controlar.
- É impossível querida, a partir de agora vocês serão um só e não há no mundo coisa mais linda que isso.


A minha mulher entraria em instantes, um sorriso idiota dançava em minha boca e eu passei os olhos pelos convidados que lotavam a catedral, vi rostos conhecidos, alguns parentes da Fernanda que conheci em Ribeirão Bonito e estaquei quando uma cabeleira castanha chamou minha atenção.
Mas. Que. Porra.
O que ele está fazendo aqui? Quem convidou o cabelo de menina?! Ah mas ele sairia daqui a pontapés! Posso apostar que se o padre perguntar se tem alguém contra esse casamento ele vai levantar. Dei um passo descendo o primeiro degrau do altar quando os acordes de Give Me Love do Ed Sheeran começou a tocar e as portas da catedral se abriram.
- Aonde você vai filho? – o padre sussurra baixinho.
Fico vermelho ao notar que chamei atenção de alguns convidados e volto ao meu lugar com um sorriso sem graça.
- Ah... lugar nenhum padre.
 Meu coração para quando vejo Fernanda linda como nunca de braços dados com o pai. Ela anda a passos lentos pelo tapete vermelho em minha direção e sorri, o sorriso que sempre me deixou de quatro por ela.
Give me love like her
'Cause lately I've been waking up alone
Pain splattered teardrops on my shirt
Told you I'd let them go

Meus olhos ardem e não consigo controlar as lágrimas, não me importo com nada, hoje era o dia mais feliz da minha vida.

And I'll fight my corner
Maybe tonight I'll call ya
After my blood turns into alcohol
No, I just wanna hold ya

Os soluços da Marta estão altos e eu me sinto grato por não ser o único chorão aqui, Seu Fernando traz a filha muito emocionado e a minha Lindinha também chora.
Give a little time to me, we'll burn this out
We'll play hide and seek, to turn this around
All I want is the taste that your lips allow

Dizem que quando uma pessoa vê a morte de perto sua vida passa em questão de segundos na sua frente, quando casamos algo bastante parecido acontece. Você se lembra com uma velocidade impressionante tudo o que viveu com a sua futura mulher, o primeiro encontro, as brigas, as reconciliações, os momentos engraçados, seus erros e os dela, os acertos e as inúmeras promessas de amor.
My, my, my my, oh, give me love
My, my, my my, oh, give me love
My, my, my, my, give me love

Fernanda já havia feito metade do caminho e nossos olhos não se desgrudavam, ela era o meu espelho, a minha certeza de felicidade, a mulher que me fez querer mais, que curou todas as minhas feridas e trouxe luz a minha escuridão. Eu a amava...
Give me love like never before
'Cause lately I've been craving more
And it's been a while but I still feel the same
Maybe I should let you go

Ela gesticula um “eu te amo” com a boca e eu respondo um “eu amo mais”. Sorrimos um para o outro, seríamos felizes com todas as nossas imperfeições. Para. Todo. O. Sempre.
You know I'll fight my corner
And that tonight I'll call ya
After my blood, is drowning in alcohol
No I just wanna hold ya

Seu Fernando me entrega sua filha e me dá um abraço apertado.
- Faça-a feliz meu filho. – sussurra durante o abraço.
- Eu farei.
Fernanda ganha um beijo do pai na testa e eu pego em sua mão a guiando até a frente do altar.
- Você está linda.
- Você também não está nada mal. – ela pisca pra mim.
- Estamos aqui reunidos para celebrar o amor. – o padre começa. – O amor muitas vezes toma caminhos tortuosos, mas quando verdadeiro sempre acha o caminho de volta. Que amor, carinho e compreensão sempre estejam presentes na vida de vocês! O casamento é o começo de uma nova vida...
O padre emociona com suas palavras dando conselhos dos quais nunca me esquecerei porque não a nada que eu queira mais do que envelhecer ao lado da mulher ao meu lado. A cerimônia transcorre de forma linda e eu espero ansioso a troca das alianças, parece que esse momento nunca chegará, não vejo a hora de sermos marido e mulher.
- Uma vez que é vosso propósito contrair o santo Matrimónio, uni as mãos direitas e manifestai o vosso consentimento na presença de Deus e da sua Igreja.
Fernanda e eu nos entreolhamos e damos as mãos direitas ficando um de frente para o outro. Era a hora dos nossos votos, combinamos que falaríamos o tradicional e depois acrescentaríamos algo.
- Eu Alexandre, recebo você Fernanda como minha mulher e prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da nossa vida. – as palavras saem da minha boca com emoção e ela chora. – Deve me permitir que eu te diga o quanto eu te admiro e te amo ardentemente. Você enfeitiçou o meu corpo e a minha alma e eu a amo e amo e amo.
Fernanda funga e seus olhos refletem a mesma emoção que os meus, eu sabia que ela amava Orgulho e Preconceito da Jane Austen, por isso escolhi para meus votos as declarações que o Mr. Darcy fez a Elizabeth Bennet.
- Eu Fernanda, recebo você Alexandre como meu marido e prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença por todos os dias da nossa vida. – ela olha fundo nos meus olhos sem deixar o sorriso bonito sair de seus lábios. – Querido, eu te amarei até que tenhamos 70 anos. Amor, meu coração ainda se apaixonará tão fácil quanto quando tínhamos 23. Me abrace com seus amáveis braços, beije-me sob a luz de mil estrelas, coloque sua cabeça em meu coração que bate... estou pensando alto, talvez tenhamos achado o amor bem aqui, onde estamos.
Ela termina e dou um sorriso apaixonado, reconheci de imediato a letra da música Thinking Out Loud do Ed Sheeran. Meus olhos desviam para a sua boca e eu me pergunto se demorará muito até que o padre me permita beijá-la.
Após a benção e entrega das alianças ao padre ele as abençoa e eu pego a mão esquerda da Fernanda.
- Fernanda, receba esta aliança como sinal do meu amor e da minha fidelidade. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. – passo a aliança em seu anelar e em seguida beijo sua mão.
- Alexandre, receba esta aliança como sinal do meu amor e da minha fidelidade. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. – ela passa a aliança no meu anelar e repete o meu gesto beijando minha mão.


Quanto de felicidade o meu coração ainda poderia aguentar? Eu o amo Deus... o amo tanto e ele me ama também, é o que sempre vejo quando olho em seus lindos olhos verdes.
- Eu vós declaro, marido e mulher. – o padre fala e abrimos um sorriso gigante. – Pode beijar a noiva.
Alexandre sorri torto e eu me repreendo por pensar indecências no altar, ele se aproxima até que nossos pés se toquem e meu coração lateja no peito.
- E então? O que acontece depois que o mocinho deixa de ser um bastardo, se apaixona pela mocinha e se casa com ela? – pergunta baixinho, bem próximo da minha boca.
- Ela mostra a ele que tudo valeu à pena e o faz muito feliz. – respondo esperando por seu beijo.
- Eu sou o seu felizes para sempre. – confidencia me enlaçando pela cintura. – Sempre fui eu.
Sua boca praticamente assalta a minha em um beijo de tirar o fôlego, Alexandre cola nossos corpos me incendiando, meus abraços enlaçam o seu pescoço e ele aproveita para aprofundar o beijo, nossas línguas dançam e ao fundo ouço uma chuva de aplausos e gritos.

Give a little time to me, we'll burn this out
We'll play hide and seek, to turn this around
All I want is the taste that your lips allow

My, my, my, my, oh, give me love
Give a little time to me, we'll burn this out
We'll play hide and seek, to turn this around
All I want is the taste that your lips allow


Casado. Dessa vez pelos motivos certos.
Eu estou feliz, realizado e cada vez mais apaixonado por minha mulher. Após o casamento, fomos receber os cumprimentos em um clube que foi fechado para a nossa festa, festa essa que não pretendo demorar mais que o suficiente, não vejo a hora de levar minha adorável esposa para nossa casa e tirar aquele vestido do seu corpo.
- Eu já te desejei toda a felicidade do mundo? – Lucas diz se juntando a mim em um canto do salão, Fernanda estava cumprimentando alguns parentes e eu estava a certa distância a olhando feito um bobo.
- Não. – encaro Lucas divertido.
- Pois eu te desejo toda a felicidade do mundo meu amigo. – ele bate no meu ombro. Ficamos em silêncio e eu volto a olhar para a minha mulher, ela estava linda vestida de noiva, o véu Fernanda havia tirado, ela não conseguiria se movimentar com ele pelo salão. – Como Fernanda reagiu quando soube da reversão da vasectomia?
Solto um suspiro e sinto Lucas me olhar de soslaio.
- Ela ainda não sabe.
- Como assim... – ele para um pouco e eu o encaro. – Cara você não contou?!
- Eu resolvi esperar um pouco para ver o que acontece. – dou de ombros.
Lucas me fita como se eu tivesse duas cabeças.
- Para ver o que acontece?! – ele se controla para não gritar. – Eu vou te dizer o que vai acontecer, ela vai engravidar seu idiota e vai ficar desesperada quando descobrir porque pensa que você é vasectomizado! – ele corre as mãos pelos cabelos. – Alexandre ela já pode até estar grávida, você tem ideia disso?!
- Você disse que demoraria um pouco de acontecer. – franzo o cenho.
- Não! Eu disse que poderia demorar. Você tem que contar a Fernanda!
- Contar o que? – Marta pergunta se aproximando e lançando um olhar curioso de mim para o Lucas.
Lucas tosse e eu penso rápido em algo.
- Sobre a casa Marta. – disfarço. – Lucas acha que eu deveria contar a Fernanda que comprei uma casa para morarmos depois de casados.
- Hum... Mas ele quer fazer surpresa Lucas. – Marta parece acreditar na minha desculpa. – Em todo caso a Nanda saberá hoje, eles passarão a lua de mel lá.
- O Alexandre adora uma surpresa não é? – Lucas ironiza. – Resta saber se a Fernanda vai gostar.
Olho para ele de cara feia porque sei que ele se refere a reversão da vasectomia.
- A casa é linda. Por que a Nanda não iria gostar? – Marta indaga sem entender.
- Ah não ligue para o que o Lucas fala Marta, ele já bebeu demais. – dou um sorriso sem graça e uma cotovelada no Lucas.
- Bom eu vou procurar o Sérgio. – ela diz sorridente. – Daqui a pouco temos a dança dos noivos. – ela avisa.
Assinto e Marta some no meio dos convidados.
- Você tem que contar. – Lucas fala sério.
- Eu vou esperar um pouco está bem... se nada acontecer eu conto.
- Eu já vi muitas mulheres engravidarem para fazer surpresa, agora um homem engravidar uma mulher para fazer surpresa é a primeira vez. – ele me censura. – A Fernanda vai matar você.
Dou um sorriso.
- Duvido que ela mate o pai do filho dela.
Procuro Fernanda pelo salão com os olhos, ela não está mais conversando com os familiares, quando a encontro vejo vermelho, ela está em uma conversa animada com o Cabelo de Menina.
- Porra! – esbravejo.
- Quem é ele? – Lucas pergunta interessado.
- Ex-namoradinho de adolescência. – respondo com desgosto. – Foi algo sem muita importância.
- Se foi algo sem muita importância porque você está querendo matar o cara. – Lucas provoca. – Hum... seria ciúmes?
- Você está de brincadeira não é? – o fulmino com o olhar. – Olha só o cabelo dele. – aponto. – Imagina se eu vou ter ciúmes de um cara que tem cabelo de menina.
Lucas gargalha.
- Eu achei ele bonitão.
- Ótimo vai lá e pega ele pra você. – me irrito. – Vocês formariam um belo casal.
- Sou casado. – ele ri me mostrando a mão esquerda.
- A Fernanda também é casada. – bufo. – Mas parece que ele não se toca.
- Alexandre volta aqui. – Lucas pede quando me vê andar na direção deles.
- Fica na sua Lucas. A mulher é minha. – respondo.


Não acreditei quando o Ivo veio falar comigo, mamãe disse que havia convidado a família dele, mas eles se desculparam e disseram que não poderiam vir.
- Ah Ivo fico muito feliz por está aqui. – dou um sorriso.
- Eu tinha que vim. – ele sorri um tanto triste. – Você está linda.
Fico um pouco sem graça.
- Ah... hum... obrigada.
- O Alexandre tem muita sorte, uma sorte que eu gostaria de não ter jogado fora.
Engulo em seco. Eu e Ivo terminamos porque ele foi embora de Ribeirão Bonito para fazer faculdade, mas hoje sei que mesmo que ele tivesse ficado nós não teríamos dado certo.
- Ivo você ainda encontrará alguém legal. – sinto a necessidade de dizer algo.
- Talvez... – ele sorri de canto e acaricia minha bochecha. – Você é tão importante pra mim...
Sinto um braço possessivo enlaçar minha cintura e não preciso me virar para saber quem é.
- Tira a mão da minha mulher. – Alexandre brada nervoso e eu fecho os olhos porque sei que ele está muito irritado.
- Eu vim na paz cara. – Ivo levanta as mãos em sinal de rendição. – Só estava cumprimentando a Fernanda pelo casamento.
- Dizendo para a minha mulher o quanto ela é importante para você? – Alexandre pergunta irônico.
- Alexandre, por favor... – tento contê-lo.
- Ela é importante para mim. – Ivo afirma, eu acho que ele não tem medo de morrer. – Assim como sei que sou importante para ela.
Oh merda!
- Ah claro! Por conta de um namorico de adolescentes. – Alexandre ri de forma perigosa.
- Não foi um namorico! – Ivo se irrita. – Foi muito mais que isso, nós vivemos coisas que...
- Vamos parar, por favor. – chamo a atenção deles antes que Ivo fale demais.
- Não. – Alexandre me dirige um olhar furioso. – Agora eu quero saber o que o Cabelo de Menina viveu de tão importante com você!
- Você me chamou de que? – Ivo cerra o maxilar e Alexandre ri desdenhoso.
- Cabelo. De. Menina. – ele fala pausadamente cada palavra só para provocar.
- Eu só não arrebento a sua cara por causa da Nanda. – Ivo dá um passo na direção do Alexandre.
Oh merda Ivo! Você não vai querer brincar com o Alexandre dessa forma...
- Tente. – Alexandre diz entredentes. – Desde Ribeirão Bonito que estou louco para amassar o seu rostinho delicado.
Afasto os dois cansada desse concurso de mijada.
- Chega! Ninguém vai arrebentar ninguém no meu casamento.
Eles se entreolham furiosos.
- Está tudo bem aqui? – Alicia se aproxima curiosa.
- Está sim Alicia. – respondo respirando fundo.
- Quem é ele? – ela pergunta interessada olhando para Ivo.
Abro a boca para responder, mas Alexandre o faz primeiro.
- É o amiguinho da Fernanda. Cabelo de Menina, Alicia. Alicia, Cabelo de Menina. – Alexandre faz as apresentações e vejo Ivo avançar um passo na direção dele, o impeço com um gesto de mão.
- O nome dele é Ivo, Alicia. Ele é da minha cidade natal, Ribeirão Bonito.
- Prazer. – Alicia estende a mão para Ivo com os olhos brilhantes, mas ele não parece muito interessado.
- Prazer Alice. – ele pega na mão dela e só agora a encara.
- É Alicia. – ela o repreende por ele ter dito o seu nome errado.
- Me perdoe. – Ivo se desculpa olhando para o Alexandre de cara feia. – A gente se vê depois Nanda, eu vou indo. Foi um prazer Alicia.
Ivo sai pisando duro e Alicia dá um sorriso sem graça.
- Eu acho que ele não gostou de mim. – ela comenta um pouco incomodada, acho que não está acostumada com rejeição.
- Imagina Alicia, é que ele e o Alexandre não se dão muito bem. Por isso ele saiu assim. – a consolo massageando o seu braço.
- Como é que é? Ele é mal educado e a culpa é minha?! – Alexandre se irrita.
-Vocês não vão discutir hoje não é? – ela nos repreende com um sorriso gentil. – Oh... papai acaba de acenar para mim, eu vou ver o que ele quer. – ela se despede nós deixando a sós.
- A Alicia tem razão, não vamos brigar hoje. – enlaço o pescoço dele.
Alexandre segura meus braços me afastando dele.
- Quem o convidou? – pergunta aborrecido.
- Meus pais convidaram a família dele, mas só o Ivo pode vir. – explico.
- E o que vocês viveram de tão importante? – ele ergue uma sobrancelha e eu não consigo deixar de sorrir por seu ciúmes. – Do que você está rindo?
- Do você. Seu ciumento.
- Eu já te disse que não sinto ciúmes do Cabelo de Menina. – fala entredentes. – E então? Vai responder ou não?
Reviro os olhos.
- Alexandre, por favor...
- Fala. Agora. – ele fica vermelho.
Solto uma respiração pesada.
- Eu e Ivo éramos jovens quando namoramos, acabamos descobrindo muitas coisas juntos, ele foi o meu primeiro...
- Já entendi. – ele me corta e cruza os braços emburrado.
- E você vai ficar chateado com isso? Mesmo sabendo que você é o grande amor da minha vida? – tento conter um sorriso ao ver que ele está amolecendo.
- Tudo bem. – ele cede. – De qualquer forma deve ter sido a pior experiência da sua vida... – dou uma gargalhada e ele acaba rindo também. – Você também é o grande amor da minha vida. – diz segurando em minha nuca e depositando um beijo casto em meus lábios.
- Atenção noivos! Vamos à dança! – Marta acaba de subir no palco onde a banda se apresentava e fala ao microfone.
- Que música você escolheu? – ele pergunta.
- Love Someone do Jason Mraz. – pego em sua mão o puxando para a pista.
******
Após a dança e corte do bolo, Alexandre me chamou para ir embora. Despedi-me dos meus pais com lágrimas nos olhos, eles dormiriam na cobertura e amanhã cedo voltariam para Ribeirão Bonito.
- Cadê o Alexandre filha? – mamãe pergunta. – Quero me despedir dele também.
- Ah ele está se despedindo do Gugu, o nosso afilhado. – o mostro para a mamãe, Alexandre está do outro lado do salão com o Gustavo nos braços.
- Filha você tem certeza que o Alexandre não quer ter filhos? – papai me olha desconfiado. – Ele parece tão encantado...
- Filha por que você não conversa com o Alexandre? – mamãe faz beicinho. – Vocês seriam pais maravilhosos...
- Mãe nós já conversamos e eu aceitei a situação. – digo olhando para ambos. – Acreditem, estou feliz. Muito feliz na verdade.
Fito Alexandre no exato momento em que ele deposita um beijo na testa do Gugu. Experimento um apertozinho no peito com a cena, no fundo do meu coração eu tinha a certeza de que ele seria um pai amoroso.


- Onde estamos? – Fernanda pergunta depois de entrarmos na nossa casa, ela está de olhos vendados e tem um sorriso ansioso na boca. – Alexandre posso tirar a venda agora?
Fico atrás dela e tiro a venda de seus olhos deixando-a cair bem devagar. Fernanda fica em silêncio e anda pela sala um pouco confusa, a casa é perfeita, Marta me ajudou muito com a decoração e os móveis. No primeiro andar tínhamos sala de estar e de jantar, biblioteca, escritório, sala de jogos, uma cozinha com balcão, dispensa e área de serviço, uma escada em espiral levava ao segundo andar que comportava seis quartos com suíte e mais uma sala que penso em transformar em um espaço de lazer para as crianças que ainda iríamos ter. Na área externa tínhamos uma piscina com ótima iluminação que ficava linda ao anoitecer, churrasqueira e hidromassagem, jardins com várias plantas contornavam o espaço deixando a vista da varando simplesmente magnífica.
- E então? Gostou? – pergunto ansioso vendo Fernanda andar pela sala sem dizer nada.
- Você alugou para a nossa lua de mel? – indaga inocente.
Dou um sorriso. Ela ainda não entendeu.
- Na verdade eu comprei. Vamos morar aqui.
Ela ergue as sobrancelhas surpresa.
- Aqui? Eu pensei que fossemos ficar na cobertura.
- A cobertura é excelente, mas não se parece em nada com um lar.
Ela assente embasbacada.
- A casa é perfeita, nem em sonho eu poderia imaginar algo tão... tão... nossa eu nem sei o que dizer. – para começando a chorar.
Aproximo-me tocando seu rosto com delicadeza.
- A marta me ajudou muito. Ela tinha certeza que você iria amar.
- E ela não me disse nada! Eu mato a Marta!
- Eu pedi. – afirmo. – Queria que fosse uma surpresa.
- E foi. – ela abre um sorriso. – Mas você não acha enorme para nós dois? – pergunta voltando a passar os olhos pela casa.
Não... eu não acho Lindinha, você vai me ajudar a enchê-la de crianças.
- Nós sempre podemos receber visitas. – respondo dando de ombros. – Nossos amigos, seus pais...
Ela assente e me abraça.
- Você me faz tão feliz amor.
- Eu prefiro te fazer feliz no nosso quarto. – a pego no colo e começo a subir as escadas. – Será o lugar onde passaremos as próximas horas.


Entramos no quarto e Alexandre me coloca no chão, levo a mão à boca em um gesto involuntário. O quarto é enorme com grandes aberturas para uma varanda que garantem luminosidade, ele é todo na cor bege e nas paredes estão as nossas placas.
- Você as trouxe. – digo emocionada. Estão todas as cinco ali.
- São as nossas regras, todos os dias elas estarão aí nós lembrando o que representamos para o outro.
- Obrigada por tudo. – tento não começar a chorar de novo. – Eu estou amando cada detalhe. Você pensou em tudo.
Caminho pelo quarto e olho para a cama king size dando um sorriso maroto.
 - Quando vamos começar a testar isso aqui. – sento na cama e o encaro.
- Teremos a vida inteira para testá-la, mas agora prefiro começar por outro lugar. – seus olhos estão febris e ele começa a tirar o fraque.
- Que lugar? – ergo uma sobrancelha.
Ele não responde apenas sorri enquanto se livra das roupas, Alexandre fica só de box e me puxa pela mão me colocando de costas para ele. Suas mãos pousam em minha cintura e ele cheira o meu pescoço.
- Vou livrar você desse vestido. – Alexandre começa a desabotoar os botões um a um e não demora a descer o vestido pelo meu corpo, ele vai beijando cada parte da pele exposta e isso me arrepia pra caramba.
Ele me vira para ele e leva as mãos para meus cabelos desfazendo meu coque, as mechas vão se soltando e caindo por meus ombros.
- Você não tem ideia do quanto fica sexy com eles assim. – sussurra e eu mordo os lábios ansiosa para saber o que ele fará comigo.
Alexandre fica de joelhos na minha frente e desce por minhas pernas a minha única peça de roupa restante, uma calcinha de renda branca, ele levanta um pé meu de cada vez para passar a calcinha e a leva ao nariz cheirando por longos minutos, seus olhos prendem os meus em uma sedução quente e inebriante.
- Abra as pernas. – ele pede rouco e eu obedeço rápido louca para sentir sua boca em meu sexo.
Alexandre senta no chão e coloca a cabeça por baixo de minhas pernas passando a me chupar, minhas pernas amolecem e eu prendo seus cabelos em minha mão. Sua língua castiga meu clitóris e eu solto gemidos altos, Alexandre sabe fazer aquilo bem demais. Solto um grunido de protesto quando perco o contato da sua boca quente, ele se levanta e me encara passando a língua pelos lábios.
- Ansiosa Srª McConaughey?
- Muito... – gemo.
Ele me pega no colo e anda até uma porta onde imagino que seja o banheiro. Entramos e o ambiente não é diferente do resto da casa, é perfeito, têm acabamentos em branco e revestimento de madeira, a bancada é de marmoglass branco e o grande espelho tem iluminação embutida, mas o que chama bastante atenção é a banheira, ela é enorme, acho que cabem uma três pessoas ali dentro. Alexandre me põe no chão e eu me aproximo percebendo que ela está cheia, mas não de água, é o liquido meio amaralelado. O cheiro é inconfundível, introduzo minha mão em concha e pego um pouco do liquido levando a boca.
- Mas isso é...
- Champagne. – ele completa. – Você e champagne. Combinação interessante não é? – ele dá um sorriso travesso e tira a box, seu pau salta para fora duro e grande, as veias saltadas, pronto pra mim.
Com uma expressão abobalhada o vejo entrar na banheira e se sentar, seu corpo mergulhado no champanhe e ele está sexy.
Oh. Meu. Deus.
- Quantas garrafas de champagne você usou para encher essa banheira? – pergunto a primeira coisa passa por minha cabeça.
- Foram muitas Srª McConaughey e lhe adianto que não foi nada barato. – ele me dirige um olhar sério. – Portanto espero que você faça valer à pena. – quando termina de falar um sorriso pecaminoso dança em sua boca.
- Você é maluco. – sussurro entrando na banheira e ficando de frente para ele, minhas pernas enroladas em sua cintura.
Isso vai ser quente como o inferno!
Alexandre me beija com posse, sua língua explora minha boca e depois desce para meu pescoço e continua o caminho até um dos seios, ele prende o bico entre os dentes e depois passa a sugá-lo com força, pendo a cabeça para trás e fecho os olhos me deliciando, Alexandre passa para o outro seio repetindo a mesma atenção, minhas unhas cravam em suas costas musculosas e eu ofego.
- Essa é de longe a coisa mais deliciosa que já experimentei. – ele declara com olhos febris. – O gosto do champagne em sua pele é afrodisíaco Fernanda.
Sua mão desce por minha barriga e chega ao meu sexo, ele estimula meu clitóris e meu mundo parece dar um volta de trezentos e sessenta graus,
- Por favor... eu preciso de você dentro de mim. – levanto-me o suficiente para nos encaixarmos e desço lentamente sendo preenchida. – Agora.
- Caralho... – brada cravando as mãos em meu bumbum. – Gostosa... gostosa pra caralho.
Seguro na borda da banheira e começo a me movimentar ditando o ritmo, eu quero enlouquecê-lo, quero fazê-lo pagar por ser tão gostoso, então me movimento devagar e sei que ele odeia isso. Sinto cada centímetro do seu membro dentro do meu corpo, minha boca chega a sua orelha e eu mordo a ponta com força.
- Ah Fernanda... mais rápido...
- Pede, por favor. – sussurro excitada, sentindo meu sexo se lubrificar mais.
Sua mão agarra o meu cabelo com força e ele me faz encará-lo, seus olhos estão irritados.
- Quando eu peço... – sua mão livre vai parar na minha cintura em um aperto firme. – Você obedece... – ele estoca forte dentro de mim.
- OH... – grito.
- Porque quem manda... – outra estocada potente. – Sou eu. – outra estocada.
- AHH... – ofego.
- Você entendeu? – ele para de se movimentar me enlouquecendo.
- Entendi. – minha voz sai baixa, ofegante, desesperada por mais.
- Que bom que entendeu. – seus lábios fazem uma sucção no meu pescoço e eu sei que ele está rindo, sua barba castiga minha pele e um arrepio toma meu corpo me fazendo tremer.
Ele volta a estocar dentro de mim forte e rápido me preenchendo e tirando qualquer pensamento da minha cabeça. Se existe um deus do sexo com certeza esse deus é o Alexandre, ele fala a mesma língua do meu corpo, conhece cada zona erógena e sabe exatamente onde fica meu ponto G.
- Vai cachorra. – pede rouco. – Rebola... faz essa bocetinha quente engolir o meu pau.
Obedeço e pratico movimentos circulatórios, ele grita o meu nome alto e isso me excita mais, me perco mais uma vez na nossa dança primitiva, a temperatura do meu corpo sobe e pela segunda vez na vida eu tenho uma ejaculação feminina.
- OH... ALEXANDREEEE!
Ele continua com movimentos rápidos, intensos e sem descanso até alcançar o seu prazer. Alexandre se enterra dentro de mim e me abraça, eu escuto o tum-tum do seu coração está tão acelerado quanto o meu, seu jato quente invade meu canal ele um tremor gostoso percorre seu corpo.
- Hoje é o primeiro dia feliz do resto de nossas vidas. – sussurra com o rosto enterrado na curva do meu pescoço.
Meus olhos ardem devido às lágrimas.
- Eu amo você. – me aconchego a ele. – E nossos dias serão todos assim.


Depois de foder como coelhos no chuveiro e na bancada do banheiro, Fernanda e eu deitamos na cama vendo o sol nascer através da varanda do quarto.
– Eu não acredito que passei a noite em claro... eu preciso dormir. – ela diz manhosa abrindo a boca.
Dou um sorriso.
- Eu bem que pedi para pararmos, mas você não quis.
Ela me olha indignada e bate no meu braço.
- Seu mentiroso! Eu que quis parar e você que disse não. Agora estou acabada, destruída, aniquilada.
Dou uma gargalhada alta pelo drama dela.
- Vamos ler o que cada um gravou na aliança do outro e depois eu deixo você dormir.
- Oh... eu tinha me esquecido. – ela se anima e senta na cama. – Você primeiro, leia o que gravei.
Sento-me também e tiro a aliança do dedo.
- Para amar, respeitar e chatear A. & F. – leio com um sorriso bobo e coloco a aliança de volta, ela sorri feliz.
- Agora é a minha vez! – Fernanda tira sua aliança do dedo e abre a boca em um O perfeito. – Eu não acredito que você escreveu “Todos os dias e 2x ao domingo F. & A.”.
Dou um sorriso torto e beijo a bochecha dela.
- Sorte sua que hoje não é domingo, senão iríamos começar agora mesmo.
- Alexandre! – ela me repreende. – Isso não foi romântico.
- Como não? Quando estou dentro de você, eu estou te amando. – digo tocando seu rosto. – Foi assim que as coisas começaram e eu acho que te amei desde então, só demorei a perceber.
Ela põe a aliança de volta no dedo e morde os lábios.
- Você é o romântico mais safado do mundo.
Beijo seu nariz.
- E eu sei que você ama isso.
- É eu amo mesmo e vou amar para sempre.