Happy Birthday Fernanda (Parte II)
Às
vezes até nós mesmos somos pegos de surpresa por nossas reações. Ele me queria
de volta e eu sonhei em ouvir aquela frase tantas vezes que já até perdi as
contas, mas simples palavras não apagam toda a dor e sofrimento que as ações
causam. Quero segurança e um relacionamento de verdade. Quem me garantirá que
daqui a alguns meses ou até mesmo dias ele não entrará pela minha porta
disposto a terminar tudo de novo?
Não sou peteca para
ele me jogar pra lá e pra cá!
Sua
vontade de me ter de volta seria mais forte que todos os seus medos e
barreiras? Estaria o Alexandre disposto a se entregar por inteiro?
Acho
que não.
-
Fernanda esse é perfeito! O que acha?!
A
voz animada da Marta me trouxe de volta fazendo-me lembrar onde eu estava. Como
só trabalhamos meio expediente ela praticamente me arrastou até o shopping com
o intuito de escolher um vestido para ela.
-
Anda Fernanda! Desembucha e fala o que achou!
-
Você está linda Marta. – sorri.
O
vestido verde-limão caiu como uma luva nela, estava deslumbrante.
-
Ai que bom que você gostou. Quero estar linda hoje, vou levar o Sérgio para o
coquetel.
-
Quem é Sergio?
-
Meu marido. Vamos comemorar. Ele conseguiu um novo emprego. Não é um máximo?!
A
animação da Marta foi contagiante fazendo-me sorrir também.
-
Estou muito feliz por vocês.
Ela
chegou mais perto e me olhou nos olhos como se guardasse um segredo.
-
Esse emprego veio do céu. Ainda mais agora...
Franzi
o cenho.
-
Como assim?
Ela
pegou a minha mão e colocou em seu ventre.
-
Ai meu Deus! – exclamei. – Você está...
-
Grávida! De três semanas!
Abracei-a
com direito a rodopios e gritinhos animados. Meio que sem querer acabamos nos
aproximando nas últimas semanas, ela era um tanto maluquete, mas era uma boa
pessoa.
-
Tenho medo da reação do Sr. Alexandre. – revelou insegura assim que terminamos
de comemorar.
-
Ele não tem que ter reação nenhuma, você está grávida e ponto. Ter estabilidade
no emprego é um direito seu garantido por lei, mas quanto a isso pode ficar
despreocupada ele pode ser o pior chefe do mundo, mas é também o homem mais
correto que conheço.
Ela
sorriu confiante e a abracei mais uma vez.
-
E você?
-
Eu o que?
-
Não pensa em ter filhos um dia?
O modo curiosa da
Marta acabou de ser ativado com sucesso!
-
É claro que penso, mas preciso encontrar um pai para eles primeiro. – dei de
ombros com humor.
Marta
me fitou de um jeito tão profundo que senti um friozinho na barriga.
-
Você acredita em pressentimento de grávida?
-
Deste eu nunca ouvi falar. – gargalhei.
-
Pois existe. – ela pegou em minhas mãos e continuou. – E ele está me dizendo
que o pai dos seus filhos vai estar hoje à noite naquele bendito coquetel.
Sério,
quase morro de rir.
-
Ai Marta pelo amor de Deus! – falei entre risadas. – No mínimo deve ter uns
trezentos homens lá hoje.
-
Ah querida você não vai precisar nem procurar. Ele vai vim até você. – disse
com aquele tom de cartomante fajuta. – Portanto, como já encontrei o meu
vestido vamos agora procurar um para você. Quero te ver divando, não é todo dia
que uma mulher encontra o homem da sua vida.
Não
pude nem protestar, ela já me puxava pelo braço me levando até o mostruário da
loja.
******
- Ai meu Deus!
Exclamaram
juntas Marta e a vendedora assim que saí do vestiário.
-
O que foi? – perguntei assustada.
-
Estou sem palavras! – disse Marta com a mão no peito.
-
Você parece uma estrela de Hollywood!
– completou a vendedora.
-
Vocês não acharam este elegante demais? – disse insegura
-
Querida é perfeito! Você vai ficar com ele e fim de papo! – Marta ditou.
Não
fazia ideia do que faria para a Fernanda reconsiderar. Nem até onde estaria
disposto a ir para tê-la de volta. Se eu fosse sensato nunca teria dito aquilo
a ela, mas minha vontade era mais forte, quase doentia. É estranho porque nem
ao menos sou capaz de expressar o que eu sinto em relação a ela.
Essa
necessidade do outro, essa carência constante é como se nunca tivesse o
suficiente. Fernanda parecia ser uma fonte inesgotável que preciso usufruir para sempre.
Sempre...
Só
em pensar nessa palavra meu corpo fica tenso.
A
promessa de nunca mais desejar o sempre foi por água abaixo desde quando
transei com a Fernanda pela primeira vez.
Em todas as vezes
que fiquei com ela alcancei o sempre.
Eu
a quero, mas é possível lutar pelo que se quer quando você ainda não se decidiu
até o que está preparado? Bom eu não sabia, mas iria descobrir, ou pelo menos
esperava que ela pudesse me ajudar nessa questão.
Vesti
o meu smoking e fui atrás de
respostas!
Nunca
me senti tão bonita, custava em acreditar que a mulher que o espelho refletia
era eu. Fui até a porta do quarto pronta para sair e estaquei, a caixa em cima
da minha cama parecia me chamar.
Aproximei-me
devagar e sentei na cama com cuidado para não amassar o vestido. Peguei a caixa
preta e abrir namorando o colar por alguns instantes, em uma atitude nascida da
curiosidade tirei-o dali o colocando em meu pescoço.
Assim
que cheguei à frente do espelho fui seduzida pela beleza da jóia, ela ficava
ainda mais vibrante de encontro a minha pele, além de me lembrar muito do
Alexandre. Era como se eu sentisse a mão dele a todo o momento em volta do meu
pescoço.
Assim que a vi na
vitrine eu soube que ela se parecia com você. Bela, alegre, cheia de vida. A
joia é sua. Você não precisa nunca usá-la se não quiser, mas eu quero que fique
com ela.
Seria
um pecado nunca usá-la não é?
Mordi
os lábios indecisa e resolvi me permitir aquele luxo. Hoje era o meu
aniversário, pelo menos nesta data era o meu dever fazer coisas insensatas.
******
O táxi que contratei chegou
pontualmente às 21h ao meu prédio, na volta pediria ao Dr. Tomas uma corona. A
porta do clube estava lotada de pessoas com seus carros importados que se
encaminhavam para o estacionamento privativo. Caminhei até a porta principal e
entreguei o meu convite ao segurança que permitiu a minha entrada, mas não
antes de piscar o olho pra mim.
Acho
que essa noite promete!
O salão de festas estava
deslumbrante, cheio de mesas com gente bonita e rica. Havia uma banda, pista de
dança e um bar. Muitos garçons circulavam pelo ambiente com bandejas servindo champanhe.
Avistei o Dr. Tomás sentado sozinho
em uma das mesas e resolvi me juntar a ele. Fui agarrada pelo pulso e me virei
dando de cara com o Marcos em um terno fino.
Oh
merda!
- Quase não te reconheci Nanda. Você
está uma coisa de louco nesse vestido.
- Será que dá pra você soltar o meu pulso?
– me irritei.
- Calma. – disse na defensiva
levantando a mão livre. – Nanda a gente se dava tão bem, será que não
poderíamos voltar a sermos amigos?
Ele se aproximou em uma tentativa de
me intimidar e eu dei um passo para trás. Estava obvio que ele já havia bebido
demais.
Eu
estava em maus lençóis!
Esqueci-me de respirar, de pensar e
me desliguei completamente de tudo ao meu redor. Senti a presença dela no exato
momento em que adentrou no salão.
Estava
saindo um belo psicótico de merda.
Fernanda era linda de todas as
formas e jeitos. O vestido longo preto que usava moldava cada curva do seu
corpo não deixando espaço para a imaginação. O vestido era no modelo tomara que
caia com um superdecote que valorizava seus seios, seus cabelos estavam presos
em um coque displicentemente dando a ela aquele ar sexy que era só seu, mas o
que fez meu coração parar de bater foi o que ela trazia no pescoço. Fernanda
usava o colar que eu a havia presenteado naquele dia. Um sorriso se apossou dos
meus lábios. A causa pela qual eu lutava ainda não estava perdida.
Acompanhei-a com o olhar como um
gavião, vendo-a se movimentar pelo salão com desenvoltura e classe. Ela era a
personificação de uma das princesas dos contos de fadas que tanto gostava,
porém para o meu completo azar a grande maioria dos homens presentes resolveu
perceber isso também. Fernanda recebeu um festival de olhares e aquilo me
deixou puto.
Bando
de filhos da mãe!
Ela parecia se encaminhar até a mesa
do Dr. Tomas quando um cara segurou no seu braço a virando para ele.
Que
porra é aquela?!
Não demoro a reconhecer o merdinha,
minha vontade de quebrar a cara dele se multiplica por cem e é elevada ao cubo.
Uma raiva assassina se apossa do meu corpo e caminho a passos duros até lá.
- Marcos eu vou pedir pra você me
soltar pela última vez.
Escuto a voz nervosa da Fernanda
assim que chego perto deles.
- Só depois de conversarmos em
particu...
- Você vai soltá-la ou vou precisar
quebrar a sua mão? – pergunto encarando o cara.
Ambos olham para mim dando a
entender que só agora perceberam a minha presença então o filho da puta desvia
os olhos do meu e encara Fernanda com uma interrogação no rosto, ela o fita
também e eles parecem travar uma conversa no modo silencioso me deixando de
fora.
Eu
não gosto disso.
Na
verdade eu não gosto nada disso!
- E então? – insisto com a paciência
perdida em algum lugar.
Ele solta o braço dela e da alguns
passos para trás, encaro Fernanda e ela abaixa a cabeça fugindo do meu olhar.
- Ta fazendo o que ainda aqui? –
pergunto irritado percebendo que o filho da mãe ainda está parado no mesmo
lugar.
Eu já me preparava para avançar em
cima dele quando o idiota resolveu se afastar. Fernanda respira alto chamando a
minha atenção e nos fitamos. Ainda estou puto. Alguma coisa me diz que perdi
metade daquele filme!
A
boa noticia é que sei muito bem quem vai me explicar!
- O que foi tudo isso? – perguntei
furioso.
- Você não precisava ter se
intrometido, eu estava com a situação sob controle.
Sorri sarcástico e cruzei os braços.
- Estava?
- Sim. – respondeu confiante.
Minha vontade era de sacudi-la até que
me explicasse o que eu queria entender, mas me controlei. Olhei ao redor e as
pessoas estavam distraídas, alheias ao que acontecia entre nós, menos mal. Dei
a Fernanda um olhar extremamente frio e continuei:
- Tudo bem. Se você diz eu acredito.
Só espero que o rapaz se controle, porque se eu descobrir que ele anda tocando
no que não deve... – sorri gélido e me aproximei mais dela fitando seus olhos.
– Eu nem sei o que sou capaz de fazer.
Ela piscou os olhos algumas vezes
para em seguida desviar o olhar do meu.
- E... eu vou... me sentar com o...
o Dr. Tomas. – balbuciou nervosa.
- Eu acompanho você até lá.
- Eu não preciso de segurança. –
disse andando na frente e me deixando sozinho.
Ver o Alexandre de terno todos os
dias era um ataque cardíaco do qual já estava habituada, agora vê-lo dentro de
um smoking de bom corte e caimento já
é pedir demais. Ele era o homem mais bonito ali presente e o homem mais bonito
do mundo em minha opinião, mas é claro que isso se deve aos altos níveis de
paixão aguda que o meu coração se encontrava.
Sentada a mesa com o Dr. Tomas, o
observava de longe, seus cabelos estavam brilhantes penteados daquela forma sexy
que eu tanto gostava e ele não havia feito a barba, não estava muito grande
apenas o suficiente para ser notada.
Ele conversava com um italiano de
meia idade bastante simpático, deveria ser o Sr. Buttelli, seu sócio. De
repente Alexandre me encarou fazendo meu corpo queimar. Sabia que ele estava
irritado pela cena do Marcos, eu também estava.
Todas as vezes que Marcos passava próximo a
minha mesa me mandava um olhar estranho, só não vou falar que estou com medo
porque não sou mulher de ter medo de homem. No mínimo ele tinha certeza que entre
eu e o Alexandre existia alguma coisa.
- Nanda!
Ergui a cabeça e vi Marta em pé ao
lado de um moreno bonito.
- Oi. – me levantei os
cumprimentando.
- Esse é o meu marido, Sergio. Amor
essa é a uma amiga, a Fernanda.
Sergio acenou com a cabeça e fiz o
mesmo.
- Nanda que colar lindo é esse? –
Marta pergunta quase avançando em mim.
- Eu... eu...
Porra
na hora de colocar o colar nem pensei o que falaria quando as pessoas me
perguntassem!
- É falso não é? – perguntou.
Encarei-a com aquela cara de tacho
sem saber o que dizer, se eu confirmasse estaria tudo resolvido, mas se falasse
que era verdadeiro teria que dar mais explicações.
- É. Falsissímo.
Aquela
calúnia iria para a minha lista de mentirinhas inocentes.
- Parece verdadeiro. É lindo, só não
mais que você. – sorriu.
- Obrigada. – dei um sorriso tímido.
- Vou procurar uma mesa. Espero que
tudo dê certo hoje. – piscou.
Despedi-me deles e voltei a sentar a
mesa. Dr. Tomas me fitava.
- Por que você mentiu? A joia não é
falsa.
Engoli em seco e peguei a taça de
champanhe virando em um só gole.
Má
noite. Má noite. Má noite.
- Dr Tomas eu...
- Não quer revelar quem a deu. –
completou.
- Mais ou menos isso. – abaixei a
cabeça.
- Ele gosta de você.
Não entendi o que ele quis dizer com
aquilo até que o fitei e vi que olhava para o Alexandre que coincidentemente
escolheu justo aquele momento para me olhar.
- Oh... Nã... Não... Nós não...
- Fernanda está tudo bem. – ele
pegou minhas mãos sobre a mesa e deu aquele sorriso de pai que encobre as
travessuras dos filhos. – A velhice dá ao homem muito mais que cabelos brancos
minha filha, os anos ensinaram a esse velho muitas coisas que os dias nunca
souberam. Eu gosto de você e por isso te digo que o Alexandre pode ter muitos
defeitos, mas no fundo é um homem bom, ele só precisa de um empurrãozinho para se
desvincular de alguns fantasmas. É como diz William Shakespeare: Lamentar uma
dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.
Seja
lá o que tenha acontecido no passado do Alexandre o Dr Tomas sabia! E eu queria
saber também!
- O que aconteceu entre ele e a
ex-mulher?
Dr Tomas me olhou atentamente.
- Existem dois tipos de mulheres: as
que levantam e as que derrubam. Não é necessário pensar muito para entender
qual o tipo da Rebeca, ela o destruiu de todas as maneiras possíveis que uma
mulher pode destruir um homem.
Meu coração se apertou como sempre
se apertava quando o assunto era aquele. É inevitável não sofrer ao pensar no
sofrimento dele, era como se tivéssemos um cordão umbilical nos unindo.
- Lembre-se de que você é das que
levantam. – disse por fim.
Eu assenti com a cabeça e lhe dei um
sorriso. Ele retribuiu beijando as minhas mãos.
******
Há mais ou menos uma hora que não
via o Alexandre, de repente ele sumiu da festa. Já o Marcos parecia estar
fazendo tour pela frente da minha
mesa. Só nos últimos vinte minutos ele já havia passado por aqui doze vezes. Essa
situação já estava ficando desconfortável, Marcos já tinha ultrapassado todos
os limites do ridículo, ele mandava sinais para que eu me levantasse e o
seguisse e já mandou até um bilhetinho pelo garçom. É claro que ignorei tudo.
Ele que esperasse sentado.
- Dr. Tomas!
Um sotaque italiano bastante animado
se fez ouvir, era o Sr. Buttelli que chegava para cumprimentar o Dr. Tomas.
Eles conversaram por alguns instantes até que o homem percebeu a minha
presença.
- E questa bella donna?
Minhas bochechas ficaram rosadas
instantaneamente.
- Perdão. Não lhe apresentei o meu
braço direito, está é Fernanda a minha secretária.
Sorri enquanto ele pegava a minha
mão e a beijava.
- Encantado. – disse.
- É um prazer conhecê-lo, o Dr Tomas
me falou muito sobre o senhor.
- Espero que bene. – disse com humor
fazendo todos rirem.
Sr. Butelli ficou um bom tempo
conversando conosco na mesa, nos falando sobre suas ideias e projetos para a
nova filial. Ele nos contou de sua pretensão em levar uma equipe do Brasil para
a Itália assim que a filial abrisse as portas. O Dr. Tomas me elogiou tanto que
ele se interessou pelo meu currículo e me fez prometer pensar em me inscrever
como candidata para uma das vagas. Comentei sobre a minha formação em
administração de empresas e ele ficou ainda mais eufórico tentando me convencer
de que aquela era uma excelente oportunidade para a minha carreira.
- Foi uma excelente proposta. –
comentou o Dr Tomas assim que o Sr Butelli se despediu.
- Foi.
- Você não ficou muito animada.
- A ideia de sair do Brasil é que
não me animou.
- Não precisa ser para sempre se
você não quiser, até onde sei o prazo mínimo é de seis meses. Depois disso o
candidato pode optar em voltar para o Brasil.
- Eu vou pensar, acho que ainda
tenho um bom tempo antes que a nova filial abra as portas.
- Eu preferiria que você não fosse.
– sorriu. – Mas não posso ser egoísta, você é jovem e inteligente. Merece uma
oportunidade como esta.
Dr Tomas tirou os olhos de mim e
olhou para a pista de dança.
- Quando jovem eu adorava dançar...
Lembrei-me da ultima vez que dancei.
Eu e o Alexandre em Veneza tendo a Praça de São Lucas como cenário e um céu
esplendoroso carregado de estrelas acima de nós. Foi um dos momentos mais
bonitos que vivi.
- Se eu fosse vinte anos mais novo te
convidaria, mas hoje não vou aguentar dar mais que seis passos.
Eu gargalhei.
- Oh sem problemas Dr. Tomas.
Eu continuava rindo até que notei o
Alexandre caminhando na direção da minha mesa. Meu sorriso morreu e meu coração
foi parando aos poucos. Ele caminhava a passos lentos e seguros sem tirar os
olhos de mim, por um momento foi como se o meu destino estivesse vindo ao meu
encontro.
- Boa noite. – ele disse quando
chegou.
Encaramos-nos e o gato comeu a minha
língua, restou ao pobre do Dr. Tomas responder sozinho.
- Alexandre meu filho boa noite.
Você chegou em uma ótima hora.
- Mesmo? – perguntou me fitando.
- Sim. Poderia fazer algo por esse
pobre velho. – Alexandre assentiu e o Dr Tomas continuou. – Poderia tirar essa
moça para dançar?
Virei à cabeça para o Dr Tomas como
se fosse a menina do exorcista.
- Eu não... – tento dizer.
- Me daria a honra? – Alexandre já
havia se aproximado e estendia a mão.
Cometi a burrice de olhá-lo nos
olhos. Eles me chamavam e eu não pude dizer não. Quando peguei em sua mão e ele
me deu aquele sorriso matador compreendi que havia feito a escolha certa.
Fitei Fernanda enquanto colocava o
braço em volta de sua cintura e pegava sua mão na minha.
- Do que você está rindo? – ela me
perguntou.
- Eu tenho muitos motivos para
sorrir está noite, mas o maior deles é ter você nos meus braços. – sussurrei em
seu ouvido.
- Diria que você está tentando ser
romântico se eu não te conhecesse bem. – ergueu uma sobrancelha.
- Não estou sendo romântico, estou
sendo sincero. – respondi enquanto a apertava mais de encontro a mim.
Ela olhou para frente se recusando a
me encarar.
- Mas eu posso considerar essa
possibilidade, se isso for te trazer de volta. – dei o golpe de misericórdia.
- Aí você estaria sendo romântico,
mas não sincero. – falou.
Curvei a boca em um sorriso.
- Eu posso ser os dois. Por exemplo,
quando digo que quero você de volta e que me arrependo de tê-la deixado estou
sendo sincero. Mas quando digo que quero prender seu corpo no meu e te foder com
força a noite inteira, estou sendo romântico.
Ela gemeu baixinho e o meu pau deu o
ar da graça.
- Isso é ser romântico? – perguntou
sem fôlego.
Eu sorri torto e lhe dei um olhar faminto.
- Eu sei que você gostou.
- Não eu não gostei. – negou e eu
sorri. Ela era uma péssima mentirosa.
Abracei-a e vagarosamente nos movemos
com a suave melodia.
- O meu caminho sempre será para
dentro de você. – confidenciei.
******
Já ouvi muitas vezes que o tempo
passa rápido quando estamos em um momento bom, eu discordo. O tempo que
passamos abraçados dançando ao ritmo da musica foi eterno. O mundo
definitivamente parou de girar ficando ao nosso favor. Fernanda tinha a cabeça
encostada no meu ombro e eu um sorriso enorme no rosto. Estava tão envolvido
que demorei a perceber que éramos observados de longe pela Rebeca.
Caralho!
Como ela conseguiu entrar aqui!
Rebeca soltava faíscas e eu sabia
que não eram direcionadas a mim, era para a Fernanda que estava alheia a tudo
aquilo.
- Algum problema? Você parece tenso.
– ela me perguntou fitando-me nos olhos.
Ok
não estava tão alheia assim... Esqueci que as mulheres têm sexto sentido.
Fernanda acabou
desviando o olhar para a mesma direção que eu e viu a Rebeca.
- Entendi. É por causa dela.
Fitei Fernanda.
- Não é por causa dela, só não a
quero aqui. – cerrei o maxilar.
- Eu posso te fazer uma pergunta?
Revirei os olhos.
- Por que será que estou com a
impressão de que não irei gostar, mas tudo bem. Faça. – a encarei.
Ela demorou alguns segundos para
falar, parecia estar tomando coragem.
- Você... – suspirou. – Você ainda
gosta dela?
Senti minha pressão subir. Meu rosto
caiu e a raiva tomou conta de mim. De todas as coisas que ela poderia me
perguntar àquela era a sem o menor cabimento.
- Você ficou doida?! – perguntei
nervoso.
Ela me olhou sem palavras.
A música acabou e ficamos parados um
olhando para a cara do outro, ela foi a primeira a quebrar o silencio.
- Alexandre...
- Eu vou te levar de volta para a
mesa.
******
Assim que chegamos o Dr. Tomas se
levantou da mesa com uma expressão preocupada e veio até nós.
- Fernanda me perdoe, mas eu não vou
poder te levar. Minha filha ligou avisando-me que a minha esposa acaba de dar
entrada no hospital. Suspeitam de AVC.
Fernanda colocou a mão em seu braço
demonstrando apoio.
- Nossa eu sinto muito... Dr Tomas
não se preocupe comigo, eu posso pegar um taxi.
Fulminei-a com o olhar. Qual o
problema dela? Que história era aquela de táxi? Virei invisível?
- Eu levo você.
- Ótimo assim fico menos preocupado.
– disse Dr. Tomas. – Eu tenho que ir.
Dr. Tomas saiu apressado deixando eu
e Fernanda a sós.
- Não é necessário que você me leve,
eu posso realmente pegar um taxi e...
- Algumas vezes a sua teimosia é bem
sexy, mas eu outras me dá nos nervos. Eu vou levar você. Aliás, pode até ser
agora se assim desejar.
Ela mordeu os lábios e me fitou.
- Eu vou ao banheiro primeiro.
Assenti.
- Tudo bem. Aproveitarei para me
despedir do Buttelli.
Vim me recompor no banheiro, a
possibilidade de ficar sozinha com o Alexandre dentro de um carro não é uma boa
ideia.
É
uma péssima ideia!
Ainda não entendi por que ele ficou
tão nervoso com a minha pergunta, pensei que gritaria comigo no salão. Por um
lado depois daquela reação tenho certeza de que ele não sente nada por a ex,
mas por outro... Poxa ele já a amou, será que realmente não restou nada? Ela é
bonita, impossível nenhum homem olhar para a Rebeca e não sentir nada.
Meu corpo ainda queimava com os
olhares que ela me direcionou no momento em que eu dançava com o Alexandre, ela
parecia aquele personagem do X-Men, o Ciclope. A qualquer momento eu viraria pó
devido às rajadas ópticas que ela me dirigia.
Caminhei até a pia do banheiro para lavar
minhas mãos e me olhei no grande espelho. Neste instante a porta do banheiro se
abre e a megera entra com aquele sorriso colgate na boca. Rebeca para ao meu
lado e se olha no espelho, abre a bolsa pega um batom vermelho sangue e passa
na boca.
A
mocréia está arrasadora em um vestido vinho de parar a Avenida Paulista.
Ignoro a presença dela e continuo o
que estava fazendo, pego um papel-toalha e seco minhas mãos pronta para dar o
fora dali.
- Lindo o seu colar, conheço um Bvlgari
de longe. Alexandre costumava me dar muitos quando éramos casados. – diz me
encarando pelo espelho, na verdade a maldita não tirava os olhos do meu
pescoço.
- Obrigada. – agradeço com um belo
sorriso no rosto virando de frente para ela.
É
isso mesmo! Gosto de olhar na cara do recalque. Aquela vaca que não se metesse
a besta comigo, porque a mataria do coração!
Rebeca guardou o batom na bolsa e me
fitou.
- Interessante. – sorriu desdenhosa.
– Um Bvlgari é bem caro, duvido que o seu salário de secretária possa bancar
isso. Foi presente de algum amante?
Ah
eu vou dar na cara dela!
Abri a boca com a resposta na ponta
da língua, mas a megera me interrompeu.
- Oh querida me desculpe. Estou
sendo indiscreta.
Ela andou pelo espaço do banheiro
depois parou voltando a me encarar.
- Eu vou indo, quero aproveitar a
festa. Boa sorte com o seu... amigo. – deu uma risadinha irritante. – É tão bom
quando tudo começa a dar certo no amor não é? Veja eu, por exemplo, voltei para
reconquistar o meu homem e estou quase conseguindo. Por mais que ele negue sei
que nunca deixou de me amar. Quando beija outra mulher é em mim que ele pensa,
quando transa sou eu quem ele vê. Sabe Alexandre adorava dizer eu te amo depois
que terminávamos de... você deve imaginar.
Juro que quero fazer da cara dela
massa de pão, mas simplesmente não consigo. O lado esquerdo do meu peito dói. O
veneno daquela naja já corria solto por minha corrente sanguínea.
Ela ri ao ver que suas palavras me
afetaram.
Peraí eu
vou mesmo deixar essa piranha com a última palavra?
Nunca
no Brasil!
- Ouvi dizer que ele vetou a entrega
do convite para você. Jeito estranho de amar não é mesmo? A propósito como você
conseguiu entrar? Burlou a segurança?
Jamais senti tanto ódio em um olhar
como no dela, já me preparava para o momento em que ela avançaria em mim e eu
em legítima defesa é claro, enfiaria a cara dela na privada.
- Acho que sua informação está
errada querida, ele próprio me entregou o convite. – disse entre dentes.
Hunrum
e a Fada do Dente deixou um chocolate debaixo do meu travesseiro!
- Agora realmente tenho que ir.
Creio que não faltarão oportunidades para conversarmos. – ela da uma ajeitada
no cabelo e se virou.
- Eu e você não temos nada para
conversar. – digo.
Ela volta e me encara.
- Engano seu. Temos um assunto bem
gostoso em comum.
A máscara dela cai e enfim me olha
como se fosse me matar. Depois sai do banheiro e fecha a porta atrás de si com
uma força exagerada. Respiro fundo e me apoio na pia tentando absorver tudo
aquilo. No momento só tenho certeza de três coisas:
1ª Não sei como, mas ela sabe sobre
mim e o Alexandre.
2ª Ela é louca, obsessiva e
psicopata e na cabeça dela estamos em uma disputa.
3ª Eu não sei se quero fazer parte
disso.
Se tudo o que ela falou é verdade, a
reaproximação do Alexandre só pode significar uma coisa: ele está me usando
como um escudo para não cair nas garras da Rebeca. Se sentir usada dessa forma
baixa é uma das piores sensações do mundo. A esperança que habita em meu coração
grita me dizendo que tudo não passa de um monte de mentiras e que eu não me
deixasse envenenar.
As frases da Rebeca ficam rondando a
minha cabeça e vão me deixando cada vez mais triste. De repente eu só quero ir
embora para a minha casa e deitar em minha cama. O que não quero é encarar o
Alexandre com todas essas dúvidas rondando a minha cabeça. Não posso ir embora
com ele, preciso de tempo.
Saio do banheiro e chego ao salão, vejo-o
conversando com alguns homens perto da entrada principal. Não tem como passar por ali sem que ele me veja!
A porta dos fundos, claro! Aquele
lugar tinha que ter uma!
Olhei um pouco ao redor e graças a
Deus não demorei a encontrá-la, olho para trás uma ultima vez a tempo de ver o
Alexandre apertar a mão do Sr. Buttelli e dar aquele sorriso que balança o meu
coração.
Em seguida viro-me e vou embora.
******
A porta dos fundos deu direto para o
estacionamento privativo, exceto pela quantidade exorbitante de carros de luxo
ele está deserto. Sigo em frente a passos apressados, logo o Alexandre perceberá
o que fiz e virá atrás de mim.
O único som que escuto é o dos meus
saltos indo de encontro ao chão, o estacionamento é enorme e o final está um
pouco longe. Ouço um barulho estranho atrás de mim e viro-me em alerta.
- Nossa Marcos você me assustou! –
digo colocando a mão no peito.
Fortes mãos me puxam e sou
arrastada.
- Marcos me solta! Você ficou
maluco?!
Tento me desvencilhar, mas não
consigo. Até agora ele não deu uma única palavra. Marcos continua andando e me levando
consigo até que me joga contra um carro em uma parte escura do estacionamento. O
encaro puta da vida e sua expressão está furiosa.
- Eu me decepcionei com você
Fernanda. - assim que ele abre a boca o cheiro de álcool entra forte em meu
nariz.
Oh
droga! Ele está bêbado!
- Marcos...
- Cala a boca! Você vai me escutar!
– grita. – O tempo todo bancando a boa moça na empresa, mas quando o expediente
acaba você abre as pernas para o chefe.
- Desgraçado!
Morro de raiva com suas palavras e
avanço em cima dele batendo, unhando e gritando. Marcos se esquiva como pode e
joga seu corpo em mim me imobilizando contra o carro.
- Você contou pra ele que a gente se
beijou? – pergunta enquanto cheira o meu pescoço.
Tento empurrá-lo, mas é inútil, ele
me aperta tão forte que não consigo mexer um centímetro.
- Você me jogou dentro de uma sala e
me agarrou! Foi forçado! – gritei já sentindo as lágrimas se acumularem em meus
olhos.
Ele rir sinistro.
- Você gostou. E vai gostar ainda
mais, vai acabar esquecendo aquele idiota, me deixe tirar sua roupa e tocar
esse corpo lindo, você me deixa maluco... Sinta como você me deixa duro... –
Marcos força a boca contra a minha e esfrega sua ereção em mim.
Estou enojada e desesperada.
- Marcos para, por favor! – imploro
no auge do desespero.
- Eu vou chupar você todinha... -
ele desce a boca depositando lambidas no meu pescoço e eu acho que vou vomitar
a qualquer momento.
Não paro um instante sequer de
lutar, grito, tento me soltar, mas sei que é em vão. Nunca pensei que uma merda
dessas fosse acontecer justamente comigo. Lágrimas escorrem do meu rosto e
estou com muito medo. Fecho os olhos só me restando pedir a Deus que me ajude.
Subitamente escuto um rugido alto de
puro ódio e não sinto mais nenhuma pressão em meu corpo. Abro os olhos para ver
o Marcos caído no chão com o Alexandre em cima dele.
- Desgraçado! Filho da puta! –
Alexandre grita enquanto desfere vários socos na cara do Marcos.
Eu não consigo me mover apenas
observo tudo em transe.
- Eu vou te matar! Vou acabar com
você! Nunca mais encostará, tocará ou olhará para ela! – Marcos gemeu de dor,
mas mesmo assim Alexandre não parou de bater nele.
Como em câmera lenta vi vários
seguranças chegarem ao local e foi preciso três homens para conseguir tirar o
Alexandre de cima do Marcos. Observo seu olhar repleto de ódio ao encarar
Marcos inerte no chão.
- Tirem esse lixo da minha frente
antes que eu ponha um fim em sua vida. – ordena aos seguranças.
Dois homens vão até Marcos e o
levantam, não consigo olhar para seu rosto por muito tempo, ele está acabado e
cheio de sangue. Alexandre me olha e sua expressão se alivia um pouco, ele
dispensa os seguranças dizendo que está bem e não se machucou. O smoking dele
antes impecável agora está amassado e respingado de sangue, a minha situação
também não deve estar das melhores. O temor que passei minutos atrás volta a me
assaltar e não consigo conter os soluços do choro. Alexandre se aproxima
desesperado.
- Ele machucou você? Me diz
Fernanda, pelo amor de Deus. – pergunta preocupado.
Eu não paro de chorar, apenas aceno
com a cabeça negativamente. Ele me puxa para um abraço e acaricia os meus
cabelos.
- Eu estou aqui... Vai ficar tudo
bem... Eu vou cuidar de você... – sussurra me embalando em seus braços.
Aperto o volante tentando conter a
raiva. Eu tenho ótimos motivos para estar puto não tenho?
Quando percebi que Fernanda estava
demorando demais no banheiro e fui até lá e não a encontrei fiquei desesperado.
Procurei-a pelo salão inteiro e nada, até que um dos garçons me disse que a viu
sair pela porta dos fundos que dava para o estacionamento.
Quando cheguei escutei alguns
gritos, ela e o merdinha discutiam e eu escutei tudo.
Como Fernanda pode não me contar?
Tudo isso acontecendo debaixo do meu nariz! Na minha própria empresa e eu sem
saber de absolutamente nada. Nesta mesma noite eu perguntei a ela o que estava
acontecendo e ela disse que estava tudo sobre controle.
Caralho!
E se eu não tivesse chegado? O que
aquele bastardo não teria feito?! Quando o vi em cima dela tentando forçá-la eu
simplesmente enxerguei tudo vermelho e só quis matá-lo.
- Para onde você está me levando? –
ela pergunta sentada no banco de passageiro.
- Para casa.
- Mas esse não é o caminho da minha
casa. – contesta franzindo o cenho.
Solto uma respiração pesada, levo uma
de minhas mãos até o seu rosto e a fito.
- Eu só quero cuidar de você...
******
Estacionei o carro na garagem e
desci para abrir a porta para a Fernanda.
- Onde estamos? – pergunta
encontrando o meu olhar.
- Depois do que aconteceu hoje não
conseguiria te deixar sozinha. – pego em sua mão e faço-a andar ao meu lado. –
Venha quero te mostrar a minha casa.
Ela parou e eu fiz o mesmo.
- Alexandre...
- Psiu. – a cortei colocando o
indicador em seus lábios. – Você confia em mim?
- Eu confio. – sorriu.
******
Passamos pela portaria e entramos no
elevador que dava para a cobertura. Permanecemos o tempo inteiro de mãos dadas,
só soltei as mãos da Fernanda para pegar as chaves no bolso da minha calça.
Abri a porta e dei espaço para que ela entrasse.
- Puta que pariu! – exclamou me
fazendo rir.
- Espero que você tenha gostado.
Bem-vinda a minha casa Fernanda.
Ela andou um pouco pela sala
observando os móveis de luxo e a decoração. O olhar de admiração da Fernanda
era o mesmo que tive quando entrei aqui pela primeira vez.
Era um belo lugar com vista
panorâmica, elevador privativo, piscina, jardim, jacuzzi, janelas de grandes
dimensões, churrasqueira, terraço, lareira, dentre outras facilidades que o
dinheiro podia comprar.
- Uau. É linda.
- É a primeira vez que trago alguém
aqui... digo uma mulher.
- Por que eu? – questiona confusa.
Eu me aproximo até ficarmos bem
próximos.
- Por que não você? – sussurro.
Nós olhamos e então a pego no colo.
- Agora como prometido eu vou cuidar
de você.
Alexandre subiu as escadas comigo no
colo e entrou onde eu imaginava ser o seu quarto, o ambiente era imenso e
luxuoso não muito diferente de toda a cobertura. Ele me levou até o banheiro me
depositando no chão, depois saiu e quando retornou tinha uma camisa na mão.
- Tome um banho e a vista. Você vai
se sentir bem melhor depois disso.
Ele se retirou me dando privacidade.
Fiquei um bom tempo apenas admirando a beleza clássica do banheiro dele, as
paredes brancas e as bancadas em granito preto.
Cheirei a camisa matando a saudade
do perfume que tanto sentia falta. Aquela noite eu queria apenas esquecer tudo
de ruim que aconteceu. O marcos, a Rebeca, as dúvidas...
Só queria ser cuidada e mimada.
******
Saí do banheiro com os cabelos
molhados e usando apenas calcinha e a camisa que me cobria até o meio das
pernas. Engoli em seco ao vê-lo sentado na cama King Size com os cabelos
molhados, sem camisa e vestindo um par de calças de pijama cinza.
- Tomei um banho também. – riu. –
Essa é uma das vantagens de se ter mais de um banheiro em casa.
Ele se levantou e caminhou até mim
me presenteando com a visão daquele corpo com a garantia Friboi de qualidade,
meu coração já batia acelerado dentro do peito. Alexandre cheirou os meus
cabelos e pressionou minha cintura com as mãos.
- Como senti falta disso Fernanda...
– disse torturado.
Por
mais que ele negue sei que nunca deixou de me amar. Quando beija outra mulher é
em mim que ele pensa, quando transa sou eu quem ele vê.
A voz da Rebeca assombra a minha
cabeça e eu me afasto.
- O que foi? – ele me pergunta com
os olhos confusos.
Sabe
Alexandre adorava dizer eu te amo depois que terminávamos de... você deve
imaginar.
- Eu não deveria ter vindo. - passo
por ele e sou agarrada pelo braço.
Ele me fita preocupado, seus olhos
parecem tão sinceros. Mas o medo de estar sendo usada apenas para manter a Rebeca
longe é maior e não consigo raciocinar direito.
- Me solta! Você acha que não sei o
que você quer com esse joguinho? Tudo sempre se resume em apenas uma coisa para
você: boceta! – explodo.
Seus olhos verdes ficaram escuros de
raiva e então ele me pega pelo braço e me joga contra a parede. Seu corpo cola-se
ao meu incendiando cada fibra do meu ser.
Sua mão segurou firme o meu queixo
obrigando-me a encará-lo.
- Vamos deixar as coisas bem claras
de agora em diante. – disse com a voz tremula de raiva. – Meu pau sentiu falta
da sua boceta e consequentemente do seu rabo também, mas eu senti falta da sua
voz, do seu cheiro, do seu toque, das suas risadas, do seu olhar, das suas
manias irritantes... enfim de você.
Quando ele termina de falar eu
estremeço, sua mão que estava em meu queixo desce até chegar a minha cintura e
ele geme me deixando louca.
- Eu vou repetir até que você
entenda: Eu quero você. Tem que ser você.
Derreti-me totalmente e segurei
firme em seu cabelo colando a minha boca na dele de modo selvagem. Foi o que
bastou para que ele jogasse tudo para o alto e devorasse a minha boca com uma
urgência desenfreada. Sua língua se enroscou na minha em um beijo molhado e
urgente matando a minha fome, mas ao mesmo tempo despertando outra. Foi mais
que um beijo. Foi um encontro de almas, como se um pedaço de mim tenha passado
para ele e vice-versa.
Eu amava aquele homem. Sim amava...
Não era somente paixão, era amor. Um amor maior que tudo.
O
maior amor do mundo.
Ele foi o primeiro a se afastar,
colamos nossas testas e respiramos ofegantes.
- Meu pau não sabe o que é uma
boceta desde que te tirei da minha vida Fernanda. Mas eu não te trouxe aqui pra
isso, embora eu queira muito... – ele me fita e coloca na boca aquele sorriso
safado pelo qual sou capaz de morrer. – Quero mais que a sua boceta Fernanda,
quero você. E como prova eu nem vou comer ela hoje.
Como
assim não vai?!
Minha cara nesse momento deve ser
mais ou menos parecida com a de um cão sem dono.
Antes que eu reivindique os meus
direitos de mulher insaciada ele me pega no colo me colocando com calma sobre a
cama.
- Dorme lindinha... Eu vou estar aqui
amanhã quando você acordar e então conversaremos.
Alexandre me aconchega em seu peito
e beija os meus cabelos. Meus olhos pesam e eu apago a contragosto.
8 comentários:
Simplesmente uau..... Adorei anciosa pela próxima parte. Parabéns. Bela historia.
Obrigada! Esse apoio que recebo vale muito para mim!
Amo vocês!
Amo o Alexandre!
Amo a Nanda!
Amo muito tudo isso... <3
Sem comentários... Valeu a pena esperar todo esse tempo para ter esse resultado.
Estou surpresa na mudança que Fernanda fez no Alexandre do começo da série ate essa Mas agora o Alexandre não é mais um idiota e sim um fofo ;3 um idiota fofo...
Sabe é uma satisfação imensa quando você consegue passar exatamente as mesmas emoções que sente ao escrever para o leitor...
Concordo com você quando fala que ele é um idiota fofo rsrs
Obrigada pelo carinho!
Antes tinha vontade de da uns tapas no Alexandre agora tenho que concordar ele é um idiota fofo, a nanda morro de rir com ela ela tem umas fala muito da hora "como assim não vai?"eu me acabo de rir, acho que vou entrar na história pra ajudar a nanda enviar a cara da Rebecca na privada kkkk ...estou ansiosa pelos próximos capítulos. ...
Oi Regina. Amei o seu comentário... Gente olha ouvir a opinião sobre o que escrevemos é importantíssimo!
Também acho a Nanda hilária! hahahaha
O mais impressionante é que os personagens tem vontade própria sabe, é como eu disse em outra ocasião, apenas conto a estória, sou um mero instrumento deles.
Beijo grande!
Quando sai o próximo capítulo?
Olá Regina... Estou programando para o FDS.
Amanhã postarei um comunicado explicando o porquê.
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